Votorantim
Vereador Thiago Schiming renuncia após CP decidir pela cassação dele
Advogado do parlamentar protocolou o pedido de renúncia na Câmara na segunda-feira-feira (13), logo depois da decisão da comissão
*Atualizada às 14h47
O vereador Thiago Schiming (Novo), de Votorantim, renunciou na segunda-feira (13). Ele tomou a decisão logo após a Comissão Processante (CP) da Câmara Municipal que o investiga por suposto superfaturamento de compras ter sugerido a cassação do mandato dele.
Segundo a Casa, o advogado de Schiming protocolou o pedido de renúncia junto à presidência do Legislativo ainda na segunda. A carta foi lida pela mesa diretora na sessão ordinária desta terça-feira (14).
No documento, Schiming justifica ter tomado a decisão por motivos pessoais e de saúde. Ele também diz que quer acompanhar a filha em um "complexo" tratamento médico.
Em nota, Thiago Schiming afirma ser vítima de perseguição política. De acordo com ele, tudo começou quando denunciou o aumento salarial da prefeita Fabíola Alves (PSDB). "Daquele momento em diante, sou vítima de uma perseguição implacável por parte de um grupo de vereadores ligados ao Executivo. Dessa forma, decidi renunciar ao mandato sem deixar perder as minhas convicções e tudo que eu acredito", informa. Ele alega, inclusive, haver relação entre o problema de saúde de sua filha e essa situação. "Encaminhei o pedido de renúncia a Câmara para poder cuidar da saúde e tratamento da minha filha, consequência da maior perseguição política que essa cidade já viu que venho enfrentando desde o ano passado".
O caso
Schiming foi denunciado por infração político-administrativa sob acusação de superfaturar compras de carpetes para a Câmara.
De acordo com o relatório da Comissão Processante, na nota entregue pela empresa escolhida para realizar a instalação do material, consta o uso de carpete. Porém, todas as empresas que encaminharam orçamentos para a comissão e para as quais foi enviada uma amostra do material afirmam que não é carpete, e, sim, um tipo de forração.
Na segunda, o relator da comissão, Ita (Cidadania), apresentou as irregularidades no contrato identificadas durante a investigação. Os parlamentares Zelão (PT), presidente da comissão, e Cesar Silva (Cidadania), membro, concordaram com o parecer.
Com isso, o grupo sugeriu a cassação de Schiming e que a empresa seja notificada a remover e recolocar o material instalado conforme a nota ou a devolução dos valores excedentes.
Logo após a reunião, os integrantes entregaram o relatório final para o presidente do Legislativo, Cirineu Barbosa (PMN). A sessão para a leitura do documento está agendada para esta sexta-feira (17). Segundo a Câmara, na ocasião, será votada a aprovação ou rejeição do documento. Como ele sugere a perda do mandato do mandato de Schiming, caso seja aprovado, haverá uma votação pela confirmação ou não do pedido da CP. Nas duas situações, as aprovações dependem dos votos de dois terços dos vereadores (sete dos 11).
Afastamento das funções
Thiago Schiming já estava afastado das funções na Casa de Leis, onde foi presidente, desde abril de 2024, devido à denúncia de estupro apresentada por Fabíola contra ele. A Comissão Permanente de Ética e Decoro Parlamentar investiga esse caso. Ele foi eleito vereador em 2020, com 801 votos. O seu primeiro mandato começou em 2021 e terminaria neste ano.