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Reconstrução

Capela João de Camargo é reaberta parcialmente; fiéis se emocionam

13 de Maio de 2024 às 22:44
Thaís Marcolino [email protected]
Local ficou fechado cerca de quatro meses por causa das chuvas em janeiro
Local ficou fechado cerca de quatro meses por causa das chuvas em janeiro (Crédito: THAÍS MARCOLINO 12/05/2024)

Depois de quase quatro meses em reforma por causa das fortes chuvas que atingiram Sorocaba em janeiro deste ano, a Capela João de Camargo reabriu as portas parcialmente no domingo (12). Para marcar a data, os fiéis puderam acompanhar a oração do terço, além de visitarem o salão da nave, onde estão boa parte das peças históricas e a imagem do líder religioso. Não faltou emoção para quem compareceu à cerimônia religiosa. Ao final, o público recebeu, ainda, pedaço de bolo, chá de magnólia — bebida que João de Camargo utilizava em suas curas — e uma rosa, simbolizando o Dia das Mães, também celebrado no dia.

Presidida pelo colaborador Dilmar Nitheroy, na abertura, as imagens de Nossa Senhora Aparecida, de João de Camargo e o crucifixo foram levados até o altar. Por 1h30, os religiosos entoaram o hino Ave Maria de Gounod, assim como outros que fazem parte da fé espírita. “É um momento de muita emoção, pois o coração de todos ali presentes foi tocado, trazendo um sentimento de muita paz e amor, em seguida rezamos o credo e iniciamos os mistérios, e em cada intervalo do mistério cantamos um hino”, detalhou Dilmar.

Além da celebração no salão do terço, o espaço da nave também recebeu diversos fiéis reflexivos. Um deles foi o Douglas Roberto da Silva Vaz. O fiscal de processo chegou cedo à Capela e se dividiu entre os espaços. Ao final da cerimônia, continuou no jardim que fica ao lado e conversou com a nossa equipe. “Vim ajudar em janeiro e fico muito feliz por ter reaberto. Costumo resumir que a fé é a chave de tudo e é o que ele (João de Camargo) me disse uma vez. Ele é o meu padrinho espiritual e me sinto muito bem aqui”, comentou Douglas, que também trabalhou no local por dois anos.

Itamar Ribeiro Gonçalves, de 59 anos, e Dirce Souza, de 62, também estavam no jardim. “Essa casa serviu de refúgio para mim em momentos de desespero e alegria. Sempre vim para agradecer e a emoção é grande”, comentou o aposentado. Questionado sobre o período das chuvas e o período com a Capela fechada, Itamar resumiu o sentimento como doloroso. “Senti dor e muito medo porque aqui é uma casa ecumênica e faz tão bem, independente de cor, raça e classe social. Isso está fixado em cada cantinho que se olha”, complementou.

Reconstrução

No momento, apenas o salão da nave e do terço reabriram aos visitantes. Os demais cômodos, como a cozinha e o quarto de João de Camargo, seguem interditados pela Defesa Civil e somente após finalização das obras voltarão a reabrir para o público.

Segundo o presidente Adriano Ramos Molina, a primeira etapa da reforma foi direcionada, através dos recursos captados, para as obras emergenciais. São elas: reconstrução dos muros que caíram, reforço da drenagem e estrutura externa. A cozinha também foi levada com a força das águas, por isso a equipe tenta reconstruí-la com alguns tijolos salvos da enchente e, mesmo com os novos materiais, tentando respeitar as características originais.

Diversas peças e móveis que foram danificados por causa da água, que chegou a atingir mais que 1,5 metro, e da lama, ainda seguem guardados à espera de restauração. O serviço é demorado e deve ser feito por uma equipe especializada.

Patrimônio histórico

Nesta semana, o superintendente estadual do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Danilo de Barros Nunes, virá a Sorocaba com vários técnicos para dar prosseguimento à possibilidade de a Capela ser tombada como patrimônio histórico nacional. “Então, ela será elevada ao mesmo nível de igrejas da Bahia, Minas Gerais, etc. Tem toda a questão de preservação também, então é muito importante. Com isso, os cuidados e preservação também mudam”, disse Adriano.

Visita

A Capela João de Camargo, localizada no Jardim Paulistano, fica aberta ao público de segunda-feira a sábado, das 8h às 12h e das 13h às 15h45, e aos domingos, das 8h às 12h.

Chuvas

A capela ficou fechada desde o começo do ano quando o local foi atingido por uma enchente em razão das chuvas que atingiram a cidade nos dias 19 e 20 de janeiro. Na ocasião, parte da estrutura original do prédio histórico, tanto interna quanto externa, foi prejudicada, e desde então as atividades foram suspensas. Com as águas, foram perdidas imagens históricas dos séculos 17 e 18, além de móveis, e do quarto e cozinha.

No dia seguinte à cheia, muitos voluntários foram até à Capela para ajudar na limpeza e reconstrução. O auxílio foi fundamental para o retorno, mesmo que parcial, do funcionamento do templo religioso.

 

 

 

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