Usuários denunciam abandono e Prefeitura promete recuperar Parque das Águas
Invasão do teatro de arena, falta de bebedouros e ponte quebrada são alguns dos problemas
Inaugurado em 2008, o Parque das Águas oferece inúmeras opções de lazer para o sorocabano. Porém, basta um passeio pelo parque para notar que alguns pontos precisam de mais atenção do poder público, como a falta de bebedouros, a ponte de madeira danificada e as plantas aquáticas que voltam a tomar conta do lago. Quem frequenta o parque e decide passar, por exemplo, pelo teatro de arena, fica surpreso com o abandono do local. Além de pichações e janelas de vidro quebradas, o vestiário foi vandalizado e transformou-se em moradia de pessoas em situação de rua e ponto para usuários de drogas.
As pichações estão por toda parte do teatro de arena, até nas arquibancadas. Antes mesmo de entrar onde funcionava o vestiário, é possível sentir o forte cheiro de urina vindo do local. Dentro do vestiário, a situação é ainda pior. Se um munícipe entrar, vai se deparar com portas de sanitários arrancadas, pias quebradas, roupas íntimas sujas de fezes, escova de dente, muitas bitucas de cigarro, fios elétricos expostos e estilhaços de vidro das janelas. As pessoas que usam o local para dormir deixam um rastro de sujeira: caixas de leite, roupas, resto de alimentos e até cápsulas de droga.
Outro ponto do parque chama a atenção: a ponte de madeira. Devido à deterioração do material, exposto ao sol e à chuva e à falta de manutenção, um lado está caindo, obrigando a administração municipal a cercar o local para impedir que os visitantes se machuquem. Da ponte é possível notar também a quantidade de plantas aquáticas no lago.
A falta de manutenção na ponte de madeira é a principal queixa da analista de marketing Joice Gomes, de 26 anos. Ela frequenta o parque aos finais de semana e afirma que o deck de madeira está perigoso. “Tem uma parte da ponte em que a madeira está bem velha. Eles tiveram que cercar, porque está caindo, mas acho que eles estão esperando alguém cair, de fato, para arrumar, porque tem um tempo já que está desse jeito. Aqui no parque, o que mais me incomoda é a ponte estar desse jeito”, disse.
Degradação
Para quem está todos os dias no parque, como o educador físico Franklin de Sousa, de 45 anos, muitos pontos que precisam de melhorias não passam despercebidos. Franklin frequenta o parque desde sua inauguração, em 2008, e comenta que houve degradação. “O pórtico se deteriorou. Eles deixaram aquilo acabar e muitos frequentadores, ciclistas, corredores e até mesmo as pessoas da terceira idade adoravam terminar os treinos ali e tirar uma foto”. O educador físico também fez críticas ao encerramento de algumas atividades que antes eram oferecidas à população, como as aulas de ciclismo. “Eles tiraram a escola de ciclismo, que agregava muito, principalmente às crianças que queriam começar a andar de bicicleta”.
Franklin comenta que os vestiários -- retirados por conta das obras no parque -- estavam destruídos. “O vestiário masculino foi invadido e estava sujo. Usavam ali para tráfico de drogas e também para fazer necessidades fisiológicas”, conta. O educador físico afirma que não vê mudanças tão grandes no parque. “A Prefeitura gasta em vestiários de outros parques, como no CE Dr. Pitico, mas o daqui é destruído. O que tem, não se mantém. Falta atenção do poder público com o Parque das Águas”.
Em relação aos bebedouros, ele comenta que, embora a Prefeitura conserte alguns, a própria população quebra. “Não sei quem vai lá e detona o bebedouro, a ponto de não ter água mesmo, você não tem como utilizar. Já o bebedouro que fica perto dos banheiros é o único que está sempre em funcionamento, provavelmente, por causa dos funcionários que estão de olho”.
Por fim, um elogio. Franklin destaca a limpeza do banheiro e elogia os funcionários. “Isso posso dizer com total convicção, porque estou aqui todos os dias e quando termino meu treino, utilizo o banheiro. Ele só está conservado ainda, graças aos funcionários que fazem a limpeza, é totalmente limpo”.
O piloto de avião Felipe Navarro, de 41 anos, que estava passeando no Parque das Águas com seus três filhos na semana passada, concorda que o parque precisa de melhorias e mais bebedouros. ”Precisa melhorar a infraestrutura, ter mais lixeiras e mais bebedouros. O teatro da arena, por exemplo, precisa ser reformado”.
Prefeitura responde
O jornal Cruzeiro do Sul questionou a Prefeitura de Sorocaba na segunda-feira (7). Por meio de nota, a administração municipal informou que no mesmo dia que o questionamento foi enviado, o poder público deu início ao processo para recuperar o Parque das Águas, o que inclui o levantamento de todo o material necessário para a realização dos serviços, tais como consertos, pintura e manutenção.
A Prefeitura de Sorocaba ressalta que “tem olhar atento ao Parque das Águas” e que o Centro de Aceleração Desenvolvimento e Inovação (Cadi), ligado à Secretaria de Administração (Sead) está providenciando o processo licitatório para promover a revitalização completa do Parque das Águas, com melhorias no teatro de arena, vestiários, bem como na ponte de madeira, entre outros, viabilizada por meio de recursos de emenda parlamentar do deputado Guiga Peixoto (PSC).
A municipalidade informou, também, que a Guarda Civil Municipal (GCM) realiza patrulhamento preventivo pelo local, em horários diferentes, para que haja ampla cobertura, e que vai reforçar a segurança, visando garantir o bem-estar dos munícipes que utilizam o parque e seus arredores, além da proteção do bem público. “Não há um horário programado de patrulha, exatamente para que exista o fator surpresa”, explicou a administração pública, acrescentando que outras medidas estudadas são a reativação do posto fixo da GCM no local e a melhoria de todo o sistema de iluminação pública no local.
Com relação à remoção das plantas aquáticas do lago do parque, a Secretaria do Meio Ambiente, Proteção e Bem-Estar Animal (Sema), disse que iniciou o serviço no dia 24 de outubro. A previsão é que o trabalho seja finalizado hoje (10). (Virginia Kleinhappel Valio)