Mesmo com promessa da CPFL, falta de energia ainda afeta imóveis em Sorocaba
A companhia havia se comprometido a restabelecer totalmente o serviço na cidade e em toda a Região Metropolitana até terça (7)
A falta de energia elétrica continua a afetar imóveis de Sorocaba nesta quarta-feira (8), embora a CPFL Piratininga tenha se comprometido a restabelecer totalmente o serviço na cidade e em toda a Região Metropolitana até terça (7). A situação perdura desde a última sexta-feira (3), quando um temporal atingiu a região e causou diversos danos. O Cruzeiro do Sul recebeu, até o momento, reclamações de munícipes que moram nos bairros Chácara Recanto Silvestre, Jardim Wanell Ville V, Júlio de Mesquita Filho e Vila Santana. A empresa promete resolver os problemas restantes ainda nesta quarta.
Segundo a jardineira e paisagista Emileide Aparecida Jardim, na rua Édines Luiz Maragato, de 43 anos, na Chácara Recanto Silvestre, apenas a sua casa está às escuras. Enquanto o problema não é resolvido, ela e os pais buscam água para tomar banho, carregam os celulares e jantam na residência de um vizinho ou pedem marmitex todos os dias. Após perder todos os alimentos armazenados na geladeira, a família parou de fazer compras.
Os 26 apartamentos do condomínio onde mora a recepcionista Lauren Stefanie Manoel, de 24 anos, na rua Elias Maluf, no Jardim Wanell Ville V, ainda seguem sem energia. Com isso, depois de passar pela mesma situação que Emileide, a munícipe também passou a pedir delivery para ela, o filho e a mãe diariamente. O gasto médio ultrapassa R$ 50 por dia. Para tomar banho, todos precisam se deslocar até a casa de uma tia de Lauren, no Centro.
Além de comida, Lauren perdeu uma geladeira, um chuveiro e um modem de internet por causa do apagão. Ela ainda não calculou o prejuízo. A moradora não aguenta mais esse cenário, principalmente, porque o seu filho está abalado com a escuridão. "Tenho uma criança de 4 anos em casa que já está em pânico pelo tanto de dias sem energia", diz.
Os dois filhos da autônoma Victoria Ribeiro, 22 anos, também estão aflitos. "As crianças choram à noite, porque, desde sábado (4), somente a minha casa está sem energia", conta ela, que mora na rua Paes Leme, na Vila Santana, com os meninos e o namorado. Toda a família tem tomado banhos gelados e se alimentado nas casas de parentes. Às vezes, quando não há objetos para iluminá-la, a residência de Vitória fica completamente no escuro. "Não temos dinheiro para ficar comprando vela, a bateria do celular não dura nada e, à noite, ficamos dependendo da lanterna do celular", fala.
Na rua Nara Leão, no bairro Júlio de Mesquita Filho, a energia funciona só parcialmente (meia fase) em alguns imóveis, de acordo com informações enviadas à Redação do Cruzeiro do Sul.
Em todos os casos, os munícipes relatam ter acionado a CPFL várias vezes. Conforme eles, a companhia sempre promete religar a energia até determinado horário, mas não cumpre. Por isso, todos criticam a demora e cobram providências da distribuidora. "Chega a ser algo humilhante, pois ligamos na CPFL e fazem pouco caso, como se fossemos menos importantes", desabafa Lauren Manoel. "Pagamos um absurdo de conta de energia e, quando precisamos, não somos atendidos."
Por meio de nota, a companhia afirmou que já restabeleceu a energia para 99,9% de seus clientes e se comprometeu a atender às demais ocorrências nesta quarta-feira (8).