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Dia das Crianças impulsiona comércio local

Consumidor deve gastar 42% a mais com presentes neste ano em relação a 2022, segundo a Acso

06 de Outubro de 2023 às 23:01
As lojas apostam em novidades e promoções: o tíquete médio deve ser de R$ 224
As lojas apostam em novidades e promoções: o tíquete médio deve ser de R$ 224 (Crédito: FÁBIO ROGÉRIO)

O consumidor sorocabano pretende gastar 42% a mais com presentes de Dia das Crianças neste ano -- que será comemorado na próxima quinta-feira (12) --, no comparativo com 2022. Em 2023, o tíquete médio deve ser de R$ 224, enquanto no ano passado ficou em R$ 158. A estimativa consta de pesquisa desenvolvida pela Associação Comercial de Sorocaba (Acso), em parceria com a Athon Ensino Superior. Lojistas da cidade também estão otimistas e preveem aumento nas vendas ou, pelo menos, saldo semelhante ao do ano anterior.

O levantamento realizado entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro ouviu 198 consumidores, todos moradores de Sorocaba. Eles foram distribuídos entre as classes socioeconômicas A, B e C.

Segundo o estudo, 59% dos entrevistados compraram presentes em 2022 e, neste ano, 68% vão adquirir, em média, dois itens. Apenas 19% ainda não sabem se farão compras. Além dos filhos, sobrinhos, netos e crianças com as quais os participantes mantêm laços de parentesco ou afetivos também serão presenteados.

O estudo também mostra que 62% dos entrevistados vão comprar os presentes na semana anterior à data; 27% na véspera; e só 11% já fizeram suas aquisições. Entre os participantes, 52% pretendem gastar o mesmo valor que em 2022, 37% planejam investir mais e 11% querem desembolsar menos dinheiro.

Com relação aos produtos a serem adquiridos, 79% dos consumidores vão presentear com brinquedos; 28% com itens de vestuário; e 10%, com eletrônicos. De acordo com a Acso, os porcentuais são praticamente os mesmos observados no ano passado.

Quanto ao local escolhido para as compras, 24% das pessoas preferem as lojas do Centro e 41%, os shoppings. Já 53% escolheram a internet. Em relação ao método de pagamento, a maioria (63%) usará o cartão de crédito. Depois, vêm cartão de débito (29%) e Pix (6%).

Fatores culturais

Para o economista da Acso, Roque Pinto de Camargo Neto, de 35 anos, fatores econômicos e culturais explicam a maior intenção de consumo. O primeiro é a atual queda na inflação, o que gera ganho de renda. “A inflação alta faz a pessoa perder poder de compra. Por outro lado, como a inflação está menor neste ano, em relação ao ano passado, já ajuda um pouco, porque as pessoas têm um poder de compra melhor”, pontuou.

Além disso, a atenuação da pandemia de Covid-19 e a diminuição do desemprego reduziram, entre os brasileiros, a apreensão quanto à parte financeira. Com isso, a população ficou mais motivada a consumir, segundo o especialista. “As pessoas estão mais otimistas neste ano do que no passado, quando ainda havia muita gente receosa em relação à pandemia, com medo de novas ondas, novas variantes”.

Outra razão, de acordo com Camargo Neto, é a própria característica sentimental da data, pois as pessoas fazem questão de presentear crianças com as quais têm forte ligação afetiva. Nesse sentido, completou ele, dar itens mais caros a entes queridos é uma questão cultural do País.

Comércio animado

Os comerciantes de Sorocaba estão animados com as perspectivas positivas. Na livraria e papelaria Pedagógica, as vendas devem crescer de 10% a 15% neste Dia das Crianças, em comparação com o anterior. A estimativa é do diretor de negócios Nivaldo Madureira, de 38 anos. Para tentar alcançar os resultados desejados, a loja investiu nas principais novidades do mercado com seis meses de antecedência e, também, aposta nas promoções.

Com mais de cinco mil itens, o estoque tem opções a partir de R$ 4 (jogos). De acordo com Madureira, apesar das opções mais baratas, o público tem investido, em média, R$ 100. Ele diz que os itens mais buscados são aqueles capazes de promover interação entre a criança e a família, como jogos, sobretudo, educativos e pedagógicos.

“Acaba estreitando ainda mais a relação familiar. Além disso, eles estimulam o desenvolvimento da criança. Inclusive, temos linhas específicas para crianças com TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade) e problemas de aprendizagem”, falou, referindo-se aos motivos da grande procura por essas mercadorias. “Também temos brinquedos de madeira que trabalham o desenvolvimento motor e a coordenação”.

Temporários

Já a Balão Mágico Brinquedos, que possui sete lojas em Sorocaba e região, espera saldo igual ao de 2022. O movimento na rede cresce 200% na época do Dia das Crianças, data considerada pela empresa a segunda melhor em faturamento, atrás apenas do Natal. Por isso, para atender à demanda, foram contratados 60 funcionários temporários.

De acordo com Inara Silva Moler, gerente de uma das unidades da cidade, o tíquete médio da data também é um dos maiores. “Por ser Dia das Crianças, as pessoas gastam um pouco mais -- em média, R$ 400”. Como estratégia para atrair a clientela, a rede também apostou em ofertas, a exemplo de cashback (dinheiro de volta), e na variedade de itens. Há mais de 800 novidades, sendo possível encontrar alguns por menos de R$ 3 (livros de colorir).

Entre tantos produtos disponíveis, os brinquedos relacionados a personagens de desenhos animais lideram a lista de vendas, conforme Inara. Neste ano, a procura por piscinas também aumentou e surpreendeu. “É por causa do calor excessivo”, apontou a gerente.

Tendência é deixar para a última hora

O movimento observado pelo Cruzeiro do Sul no comércio entre quarta (4) e sexta-feira (6) ainda era baixo. Esse é um indicativo de que a maioria das pessoas devem deixar para comprar os presentes do Dia das Crianças na última hora.

Poucos decidiram ir às lojas com antecedência. “Eu preferi antecipar a compra para evitar as lojas lotadas e poder escolher com calma”, comentou a professora Francine Orsi Frate Perussi, de 33 anos. Ela comprou uma boneca para a filha, Lívia Orsi Frate Perussi, de 4 anos.

Segundo Francine, os preços estão semelhantes aos anos anteriores. Mesmo assim, ela diz que, com ações simples, é possível economizar. “Tem de pesquisar os preços e comparar, principalmente, com a internet, e perguntar para a criança o que ela quer, para ter em mente o que deseja comprar”, aconselhou. “Foi o que eu fiz.”

 

Daniela de Oliveira e a filha Yuli, de 4 anos (crédito: FÁBIO ROGÉRIO)

 

A nutricionista Daniela Alves de Oliveira, de 37 anos, também foi às compras antecipadamente e, assim como Francine, não observou aumento dos valores. Ela levou a filha, Yuli Alves de Oliveira, de 4 anos, a uma loja e a deixou escolher o seu presente. A garota optou por tintas e carimbos, e a mãe aprovou a decisão. “Ela está aprendendo as cores, o alfabeto, os números na escola, e as tintas vão estimular (o aprendizado dela) em casa também”, disse.

Além disso, de acordo com Daniela, os materiais vão proporcionar a interação entre Yuli e toda a família. “Com a família junto, o aprendizado fica bem mais fácil”, falou. (Vinicius Camargo)

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