Corregedoria investiga servidora da educação que teria colocado menino em 'jaula'
Caso ocorreu no CEI 07, no Jardim Santa Rosália; segundo o advogado da família do garoto, ele teria sido deixado no local como forma de "castigo"
*Atualizada às 19h47
A Corregedoria Geral do Município (CGM) investiga uma servidora da educação que teria colocado um menino de 2 anos e 9 meses dentro de uma espécie de ‘jaula‘ em uma creche de Sorocaba. O episódio ocorreu no Centro de Educação Infantil (CEI) 07 - Francisca Moura Pereira da Silva, no Jardim Santa Rosália, em 25 de maio. Porém, só foi revelado hoje (22), após a divulgação de vídeos da situação, gravados por uma vizinha da escola.
Segundo comunidado oficial do advogado da família, Rodrigo Somma Marques Rollo, a moradora teria se incomodado com o choro alto, prolongado e desesperado da criança. Por isso, foi pessoalmente à Prefeitura fazer uma denúncia. Em seguida, o Conselho Tutelar foi acionado.
No dia do fato, “a mãe buscou o filho na unidade escolar e foi abordada pela diretora da creche e por um funcionário da Secretaria de Educação que, à principio, expuseram o ocorrido, mas se negaram a apresentar as referidas imagens. Sem entender o que realmente aconteceu, a mãe do menor buscou nos arredores da escola alguma informação ou vídeo que pudesse elucionar o caso, até que a vizinha que teria ajudado a criança foi encontrada dias depois”, explica um trecho da nota do advogado.
Familiares da criança registraram, junto à Polícia Civil, boletim de ocorrência por maus-tratos. Ainda de acordo com Rodrigo, o garoto teria sido colocado sozinho no local como forma de “castigo”. Conforme ele, enquanto o estudante permanecia “preso”, os demais alunos brincavam em outra área.
Nos vídeos, o menino está dentro da estrutura, sob o sol, chorando e chamando pela mãe. Em outro momento, aparece já fora das grades, ao lado de um contêiner de lixo. Posteriormente, uma funcionária se dirige até o garoto, conversava com ele, o pega pelas mãos e o retira dali.
Em nota, a Secretaria da Educação (Sedu) informou ter acionado a corregedoria para apurar o caso e tomar as providências cabíveis logo após receber a denúncia. O Conselho Tutelar também foi comunicado, para acompanhar a situação. A Sedu ainda disse repudiar e não admitir qualquer tipo de episódio nesse sentido.
Afastamento
Com a repercussão do caso, o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), publicou, nesta tarde (22), nas redes sociais, um vídeo em que determina à Sedu o afastamento imediato da servidora da educação até o final das investigações. Em uma de suas falas, o líder Executivo classifica a atitude como suposto terrorismo. “Essa criança sofreu um suposto terrorismo. É um terror na escola causado por uma servidora da rede municipal”, citou.
Âmbito policial
O caso também será investigado no âmbito policial. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) da cidade conduzirá a apuração pela linha de maus-tratos.
De acordo com a pasta, nos próximos dias, a equipe da unidade ouvirá testemunhas e a mãe da criança. Além disso, foi pedido o agendamento de escuta especializada da vítima junto ao Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci).
A DDM, igualmente, solicitou exames periciais ao Instituto de Criminalística (IC), para análise das imagens. (colaborou Thaís Marcolino)