Câmara adia discussão de normas para o uso medicinal da cannabis

Projeto adequa legislação aos padrões internacionais

Por Wilma Antunes

Proposta de Fábio Simoa (Republicanos) não foi discutida por falta de tempo regimental, mas já tem aval das comissões de Justiça e de Saúde

A criação da política municipal de uso da cannabis para fins medicinais em Sorocaba acabou ficando para depois. Devido ao fim do tempo regimental da sessão ordinária desta terça-feira (8) na Câmara Municipal, os vereadores não tiveram a oportunidade de discutir o projeto de lei elaborado por Fábio Simoa (Republicanos). A proposta tem como objetivo adequar o tratamento com os canabinoides aos padrões e referências internacionais, como Canadá, Estados Unidos e Israel, onde o uso medicinal da substância já é liberado.

De acordo com o documento, a implementação da política municipal proporcionaria maior acesso à saúde e atendimento adequado aos portadores de epilepsia, Transtorno do Espectro Autista (TEA), esclerose, Alzheimer e fibromialgia; dentre outros transtornos, síndromes ou doenças. Com a adesão às medidas propostas, as consequências clínicas e sociais dessas patologias seriam reduzidas, bem como as consequências de políticas públicas desatualizadas à cannabis, segundo o projeto.

A proposta ainda garante “sistemas justos e sustentáveis” de produção, distribuição e comercialização dos medicamentos. Além disso, se o projeto for aprovado, serão criados instrumentos regulatórios, fiscais e creditícios voltados à produção, cultivo, diagnósticos, tratamentos e valorização das práticas terapêuticas medicinais relacionadas à cannabis. A iniciativa teve parecer favorável da Comissão de Justiça, com voto contrário do vereador Luís Santos (Republicanos). Já a Comissão de Saúde a aprovou plenamente.

Fora do âmbito municipal, quatro projetos que tratam do uso medicinal da cannabis tramitam no Senado. O projeto de lei complementar 514/2017 discriminaliza o cultivo da Cannabis sativa para uso pessoal terapêutico, enquanto o PL 5.295/2019 regulamenta a produção da cannabis medicinal e do cultivo do cânhamo industrial.

Já o PL 4.776/2019 autoriza a produção da cannabis para fins medicinais, sujeita os medicamentos a controle e fiscalização sanitária, permite a venda exclusivamente em farmácias e autoriza a prescrição e disponibilização no Sistema Único de Saúde (SUS).

Por fim, o PL 5.158/2019 exige que o SUS forneça gratuitamente remédios à base de canabidiol, conforme as diretrizes definidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Nenhuma das quatro iniciativas chegou a ser debatida em plenário, até o momento.

Cherubim Rosa Filho

Foi aprovado, em discussão única, o projeto de lei que dá o nome de Cherubim Rosa Filho à primeira construção no antigo Campo de Aviação da Terra Vermelha, o Hangar Pioneiro, onde atualmente funciona o Aeroporto Estadual Bertram Luiz Leupolz. A iniciativa é do vereador Fernando Dini (MDB). Além do nome do tenente-brigadeiro do ar, deverá ser afixada uma placa indicativa na construção que deve conter a expressão “Cidadão Emérito 1926 - 2022”. (Wilma Antunes)