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Eleições 2022

Contas na rede social de pessoas ligadas à direita são suspensas

Ordem partiu do TSE; porém, cerceamento motivado por fake news é questionado

08 de Novembro de 2022 às 00:01
Wilma Antunes [email protected]
(Crédito: Reprodução)

Personalidades com posicionamento mais à direita do espectro político foram surpreendidas, na última semana, com a suspensão de suas contas nas redes sociais. A penalidade obedece à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido por Alexandre de Moraes. Ele também é relator do inquérito das fake news, que apura ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e disseminação de informações falsas. A determinação divide opiniões entre os brasileiros. Enquanto alguns repudiam qualquer tipo de informação distorcida ou tendenciosa; outros defendem a liberdade de expressão e consideram censura a derrubada dos perfis.

Entre as pessoas com a conta retida estão o blogueiro Allan dos Santos, o empresário Luciano Hang, o pastor André Valadão, o economista Marcos Cintra (União) -- candidato a vice-presidente na chapa da senadora Soraya Thronicke (União) --, o deputado eleito Nikolas Ferreira (PL), os deputados Daniel Silveira (PTB), Carla Zambelli (PL), Gustavo Gayer (PL), Major Vitor Hugo (PL), Coronel Tadeu (PL); e os cantores Latino e Zezé di Camargo. Todos esses nomes têm algo em comum: são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que perdeu o 2º turno das eleições para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 30 de outubro.

O novo CEO do Twitter, Elon Musk, disse no domingo (6) que analisará os casos dos perfis que ainda continuam suspensos no Brasil. Os motivos dos bloqueios de cada conta seguem, segundo a própria plataforma, sigilosos. Ainda, na rede social, diversos usuários manifestaram-se sobre o caso. Eles dizem que seus direitos estão sendo cerceados pelo TSE.

“Todos que se manifestam contra a censura ou que questionam o Tribunal estão tendo as contas suspensas. Hoje, sabemos que as contas estão suspensas, mas é provável que daqui a pouco nem isso saberemos. As contas, simplesmente, deixarão de existir. Ao calar ideias, tentam calar pessoas”, tuitou um internauta.

Por outro lado, tem quem avalie a medida como necessária para combater a disseminação de informações falsas e garantir a democracia no processo eleitoral.

Inquérito das fake news

O inquérito das fake news começou em 2019 por conta de ameaças contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), com manifestantes promovendo atos classificados como “antidemocráticos”. A existência de uma rede de produção de notícias falsas assumiu o protagonismo da investigação, culminando em perfis poderosos bloqueados em redes sociais e em operações de busca, apreensão e até prisão de apoiadores do governo Bolsonaro.

É o caso de Daniel Silveira, Allan dos Santos, Roberto Jefferson (PTB), Sara Winter, Antônio Marcos Pereira (Zé Trovão), Oswaldo Eustáquio, Wellington Macedo e Márcio Giovani Niquelatti, presos entre os anos de 2020 e 2021. (Wilma Antunes)

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