Fiéis lotam a Catedral de Sorocaba para a cerimônia do Lava-pés

O tradicional rito da igreja católica foi retomado após dois anos suspenso por conta da pandemia de Covid-19

Por Wilma Antunes

Dom Julio Endi Akamine lavou e beijou os pés de 12 convidados

Após dois anos de pandemia, os fiéis puderam acompanhar a cerimônia de Lava-pés, realizada na noite de ontem (14) -- Quinta-feira da Paixão -- , na Catedral Metropolitana de Sorocaba. O tradicional rito da igreja católica foi conduzido pelo arcebispo Dom Julio Endi Akamine, que lavou e beijou os pés de 12 convidados. A tão esperada missa reuniu dezenas de pessoas na Matriz da cidade e relembrou a servidão e o amor de Jesus Cristo.

A leitura de livros da Bíblia e o coro uníssono dos religiosos exaltaram a benevolência do filho de Deus. “A morte de Jesus não é uma derrota, é uma passagem para o Pai e também a expressão máxima de seu amor. Ele ama até o fim. Ele entregou tudo por amor, não sobrou nada”, disse o arcebispo durante a celebração.

A Quinta-feira Santa, que antecede a Páscoa, é conhecida por ser o dia em que foi realizada a última ceia de Jesus, juntamente aos seus 12 apóstolos. Cristo, que já sabia que seria traído por Judas e de sua própria morte em sacrifício à humanidade, serviu a refeição a seus companheiros. Após repartir o pão e o vinho, que simbolizavam seu corpo e sangue, Cristo pegou uma bacia cheia de água e lavou o pé de cada apóstolo, como demonstração de humildade.

O rito é feito, atualmente, conforme manda a tradição do Lava-pés. Sacerdotes do mundo inteiro escolhem 12 convidados no dia da cerimônia, celebram a Eucaristia e, em seguida, lavam os pés dos escolhidos para reviver o ato de humildade de Jesus. “Os escravos ficavam encarregados de lavar os pés de seus superiores. Ele, o Mestre Salvador, ficou de joelhos diante dos apóstolos e lavou seus pés. Ele nos dá exemplo para que façamos o mesmo”, destacou Dom Julio.

O líder católico disse, ainda, que a atitude de Cristo é um dos princípios do amor ao próximo. A data, mais do que um costume, é também uma forma de difundir a empatia, aceitação e respeito entre as pessoas. “A vida de Jesus foi dedicada a servidão. Que nós também possamos servir e amar uns aos outros, assim como o nosso Senhor fez”, enfatizou o sacerdote.