Cesta básica tem leve queda, de 1,04%

Os 34 itens que custavam R$ 987,74 em janeiro, caíram para R$ 977,44 no mês de fevereiro, em Sorocaba

Por Vinicius Camargo

A linguiça fresca teve a segunda maior redução de preços: de R$ 24 (kg) para R$ 21,91.

O custo da cesta básica sorocabana caiu 1,04% em fevereiro deste ano, na comparação com janeiro. O valor passou de R$ 987,74 para R$ 977,44 (R$ 10,30 a menos). Contudo, em relação ao mesmo mês de 2021, quando a cesta custava R$ 910, houve alta de cerca de 7,3%. Os dados são de pesquisa desenvolvida mensalmente pela Laboratório de Ciências Sociais Aplicadas (LCSA) da Universidade de Sorocaba (Uniso).

Dos 34 itens da cesta, dez sofreram queda de preços. O frango teve a maior redução, de R$ 10,73 (o quilo) em janeiro para R$ 8,77, em fevereiro (-18,27%). A linguiça fresca teve diminuição de R$ 24 (kg) para R$ 21,91 e a salsicha foi de R$ 16,52 (kg) para R$ 15,75 (-4,66%). Em quarto lugar, ficou a carne de primeira: de 44,23 (kg) para R$ 42,19 (-4,61%).

Os quatro itens seguintes são papel higiênico (pacote com oito unidades), de R$ 7,53 para R$ 7,13 (-2,99%); café (pacote de 500 gramas), de R$ 17,38 para R$ 16,97 (-2,36%); achocolatado (pacote de 500 g), de R$ 6,21 para R$ 6,10 (-1,77%); e biscoito de água e sal (200 g), de R$ 2,96 para R$ 2,92 (-1,35%). Fecham a lista o vinagre (750 ml), cujo preço baixou de R$ 2,47 para R$ 244 (-1,21%) e a muçarela fatiada (1 kg), que passou de R$ 42,10 (kg) para R$ 41,72 (-,090%).

Por outro lado, outros quatro produtos tiveram altas expressivas. A batata lidera, com elevação de R$ 4,11 (kg) para R$ 5,42 (31,87%). O alho teve o segundo maior aumento, de R$ 3,96 (200 g) para R$ 4,55 (14,9%). Depois, vem sabão em pó, cujo preço subiu de R$ 8,87 (kg) para R$ 9,79 (7,19%), seguido por creme dental, de R$ 3,58 para R$ 3,34 (7,19%).

Na distinção por grupos, das três categorias, duas registraram elevação -- limpeza (6,55%) e higiene (2,76%) -- e apenas alimentação caiu (-1,79%). Segundo o estudo, o preço da cesta básica foi na contramão da inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que fechou fevereiro com alta de 0,99%.

Baixa demanda

O coordenador do estudo, o economista Lincoln Diogo Lima, informa que a queda no preço das carnes puxou para baixo o custo da cesta sorocabana. Segundo o professor da Uniso, os valores desses alimentos caíram devido à baixa demanda. “Os produtos que tiveram queda são os que têm maior peso. Então, eles jogaram para baixo o custo final da cesta básica.”

As dificuldades de exportação, principalmente de frango, também contribuiu para baixar os valores. Lima explica que, com os envios para outros países reduzidos, a demanda do produto ficou retida no mercado doméstico interno. Consequentemente, o preço recuou. “Como é o frango é um substituto de outras carnes, também pressiona para que o preço das outras carnes caia um pouco ou não suba tanto”, pontua

Ainda conforme o especialista, embora tenha impacto positivo no preço da cesta básica, a procura menor por esse alimentos tem um lado negativo. “Isso indica que, na verdade, a economia não está bem (...) (e, também, que) o aumento de preços do final do ano reduziu o poder de compras do consumidor.”

Alternativas

Com os preços mais elevados de alguns produtos, os consumidores buscam alternativas para economizar. A professora Ana Sandra Vieira dos Santos Xavier, de 47 anos, percebeu, principalmente, o aumento no valor da batata. Por isso, tem comprado quantidades menores. Só leva mais para casa, a fim de estocar, quando encontra preços favoráveis.

Já quando os valores estão muito altos, a saída é substituir o tubérculo por opções mais baratas, como a batata doce. Segundo ela, a troca ajuda o bolso e a saúde. “A batata doce custa praticamente a metade do preço da batata comum e é mais saudável. Então, ajuda na dieta alimentar”, disse ela, enquanto fazia compras num supermercado no Além Ponte.

Outros produtos, como sabão em pó e creme dental, não podem sair do carrinho, pois são essenciais. Além disso, Ana revela preferir comprar sempre as mesmas marcas, devido à qualidade. Assim, a estratégia é pesquisar os preços desses itens em vários mercados. E ela recomenda que todos façam o mesmo. “Sem preguiça”, brinca.

O aposentado Luis Otavio de Campos, de 59 anos, também compara os valores em diversos locais. Para ele, o segredo é acompanhar os dias de promoções de cada mercado. Apesar de considerar a tática positiva, Campos faz um alerta: é preciso ficar atento para não cair em propagandas enganosas. “Tem que saber o preço médio (de cada produto), porque os mercados têm os carros-chefes em que eles ‘jogam os preços lá embaixo.’ Mas, outros produtos são três vezes mais caros (que o normal)”, comenta.

De acordo com ele, nesse caso, considerando o total da compra, a economia não é real e efetiva. “O que a pessoa economizou nos carros-chefes, acaba perdendo nos produtos que estão mais caros”, acredita. (Vinícius Camargo)

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