A Prefeitura de Sorocaba informou ontem (7) que irá aguardar o comunicado oficial do governo estadual, a respeito da flexibilização do uso da máscara em locais abertos, para tomar alguma decisão a respeito. O Estado deverá anunciar a medida amanhã (9). O assunto já está em análise no Comitê Científico do governo estadual, que se reúne hoje (8) para aprovar ou não a medida, além das regras a respeito.

“O município aguarda a deliberação do Governo do Estado de São Paulo sobre o tema”, informa a Prefeitura de Sorocaba.

Em todo o Brasil, cidades e estados já começaram a liberar o uso da máscara em locais abertos e até fechados. Em Belo Horizonte, o uso não é mais obrigatório ao ar livre desde a última sexta-feira (4). O decreto da capital mineira informa que a máscara ainda deve ser usada em qualquer lugar fechado e também no transporte público, como nos ônibus e no metrô. O uso de máscara também é necessário em locais abertos com aglomerações.

No Distrito Federal, o uso de máscaras deixou de ser exigido em locais abertos ontem. Para justificar a medida, o governo local apontou a queda das taxas de transmissão da Covid-19. Já a cidade do Rio de Janeiro também aboliu, desde ontem, o uso de máscaras em locais abertos e fechados. Além disso, na semana passada, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, já havia decretado a liberação do uso de máscaras de proteção contra Covid-19 em locais fechados, deixando os municípios fluminenses decidirem sobre a obrigatoriedade do uso em seus territórios.

Queda nas internações

Em Sorocaba, as internações por Covid-19 e os óbitos começaram a cair nos últimos dias. Ontem, dos hospitais contratualizados pela Prefeitura de Sorocaba para oferecer leitos Covid na cidade, a Santa Casa estava com 0% de ocupação nos leitos clínicos dos 10 existentes, e três leitos ocupados na UTI Covid, dos 20 contratados, o que representa 15% de ocupação.

Segundo o gestor da Santa Casa de Sorocaba, padre Flávio Jorge Miguel Júnior, a ocupação dos leitos Covid no hospital estão em queda na comparação com o mês anterior. Segundo ele, o hospital está caminhando para em breve zerar as internações na ala Covid e assim fechar os leitos de UTI específicos para a doença. Padre Flávio disse ainda que a procura por atendimento de pessoas com sintomas da Covid-19 também caiu bastante nos últimos dias na UPH Zona Leste.

Para o gestor, a principal razão para a queda das internações e dos óbitos por Covid-19 na cidade é a vacinação contra a doença. “A maior prova que a vacina funciona é a queda nas internações, sobretudo de casos graves da doença, e a redução das mortes”, disse.

Padre Flávio disse ainda que caso o governo estadual decida liberar o uso da máscara em locais abertos a medida ocorrerá em momento adequado. “Eu acho que o governo estadual está correto, principalmente com o avanço da vacinação e a quantidade de pessoas com o esquema vacinal completo. Sou favorável liberar o uso em locais abertos e depois, gradativamente, tirar também em outros locais”.

O gestor da Santa Casa disse que acredita que a pandemia da Covid-19 está se tornando endêmica e que como ocorre com a gripe todo ano, as vacinas contra a doença serão anuais. “Os especialistas no assunto apontam nesse sentido, então, acho que estamos caminhando para uma endemia com vacinas anuais, como ocorre todo ano com a influenza”.

Desde maio de 2020

O uso da máscara de proteção facial contra o novo coronavírus é obrigatório em Sorocaba, em todos os ambientes, abertos ou fechados, desde 6 de maio de 2020. Já em todo o Estado de São Paulo a medida passou a valer no dia 7 de maio do mesmo ano. Até o momento, o decreto estadual do governo estadual prevê o uso obrigatório até o dia 31 de março.

Embora o uso ainda seja obrigatório na cidade, principalmente em locais abertos o uso da máscara é quase nulo. Questionada a respeito, a Prefeitura informa que, em relação às fiscalizações em estabelecimentos, desde o início da pandemia, foram realizadas 68 autuações por falta de uso de máscara no local.

“O descumprimento implica na imposição das penalidades previstas na Lei Municipal nº 4.412, de 27 de outubro de 1993, incluída a aplicação de multas ou suspensão de licença sanitária ou de funcionamento”, informa a gestão municipal. (Ana Cláudia Martins)