Estudo prevê reformulação no transporte

Pelo projeto de restruturação, Sorocaba passaria a ter 128 km de corredores exclusivos de ônibus

Por Marcel Scinocca

Mapa mostra conexões que poderão ser adotadas no sistema de transporte público

Um projeto de reformulação do transporte coletivo de Sorocaba, com participação de técnicos da Urbes, inclui a possibilidade de a cidade ter 128 quilômetros de corredor exclusivo de ônibus. O estudo, que segundo a Urbes, será colocado em prática gradativamente e ainda pode ser modificado, com previsão de aumento no número de carros e mais conexões no sistema.

O projeto pretende criar o Viário Estrutural de Interesse dos Ônibus (VEIO). De modo geral, conforme o projeto, o VEIO reunirá vias com uma ou mais das seguintes características: vias com corredor de ônibus central, já implantados ou previstos nos planos de transporte da cidade; vias com maior gabarito (três faixas ou mais); vias que dispõe de faixa exclusiva já implantadas ou previstas; vias com alto carregamento de ônibus, onde normalmente se sobrepõem grande número de linhas; vias importantes para ligação territorial das regiões da cidade; vias necessárias para interligações perimetrais e articulações inter-regional que evitem a passagem pelo Centro.

Para tanto, propõe-se que o VEIO reserve 83% de suas vias para faixas exclusivas -- no estudo, essa informação aparece destacada em caixa alta --, equivalente a 128 km de vias. O estudo aponta que o porcentual não é maior porque 17% do total são rodovias estaduais, como a avenida principal dos bairros do Éden e Cajuru. Há ainda um tópico chamado de serviço de rede. O sistema será composto ao todo de 109 serviços. 18 são linhas troncais, 68 linhas alimentadoras, 15 linhas rurais e sete linhas de reforço.

Em vários pontos do estudo, há a defesa de que o Centro da cidade deve ser evitado. Além de adotar a necessidade de uma política de integração e a identificação de locais adequados para as conexões. O projeto, que é de 2018, prevê na reestruturação a questão do transporte coletivo rural. O texto, entretanto, não cita prazo ou ano para conclusão.

O texto do estudo diz que o trabalho foi desenvolvido pelo Consórcio Gitec - ITDP Brasil e técnicos especialistas de transporte da Urbes para a concretização da chamada Ação de Otimização da Rede de Transporte Público Coletivo da Cidade de Sorocaba. O estudo é um dos componentes do projeto Eficiência Energética na Mobilidade Urbana, em desenvolvimento no Ministério das Cidades, por meio da Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana (Semob), com o apoio do governo da República Federal da Alemanha, por meio de sua agência implementadora, a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

Frequência

Conforme o estudo, para a operação ocorrer com regularidade, estabeleceu-se três padrões de frequência a serem utilizados: Padrão de frequência (10) - com intervalos máximo de 10 minutos para as linhas estruturais e 20 para as locais, nos períodos de pico dos dias úteis; Padrão de Frequência (12) - Com intervalos máximos de 12 minutos para as linhas estruturais e 24 minutos para as linhas locais vigentes no período de entre pico nos dias úteis até 22h e nos sábados até as 14h horas Padrão de Frequência (15), com intervalos máximos de 15 minutos para as linhas estruturais e 30 minutos para as locais vigente nos domingos o dia inteiro e sábados a partir das 14h até, as 22h.

O que diz a Urbes

Questionada sobre o estudo, a Urbes Trânsito e Transportes informou que o chamado Sistema Integrado de Transporte Urbano de Sorocaba (Situs) “trata-se de um projeto que servirá de base para uma completa reformulação e otimização do transporte público coletivo da cidade”.

A Urbes ainda confirmou que teve participação nos estudos e que, em breve, ele será amplamente divulgado. “Esse estudo foi realizado com a participação de técnicos da Urbes, está passando por ajustes e outros tipos de adequações e, assim que concluído e colocado em prática, de forma gradativa, será amplamente divulgado à população e à imprensa”, diz.

Os documentos sobre esse estudo, aos quais o Cruzeiro também teve acesso, foram publicados inicialmente pelo Diário do Transporte, na segunda-feira (10). O veículo especializado do setor diz ter recebidos o material da própria Urbes. (Marcel Scinocca)