Buscar no Cruzeiro

Buscar

Infestação

Algas tomam conta do ribeirão Avecuia

Água do principal reservatório que abastece Porto Feliz está com a cor, o gosto e o cheiro alterados

28 de Janeiro de 2022 às 01:37
Cruzeiro do Sul [email protected]
Algas começaram a surgir na segunda semana de janeiro, após dias de chuva, informa o Saae
Algas começaram a surgir na segunda semana de janeiro, após dias de chuva, informa o Saae (Crédito: CORTESIA / ANA MARIA SIMEIRA)

A água captada pelo ribeirão Avecuia, em Porto Feliz, está com a cor, o gosto e o cheiro alterados, desde o aparecimento de algas no reservatório, principal fonte de abastecimento da cidade. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) do município informou que as algas começaram a surgir na segunda semana de janeiro, após dias de chuva. Segundo a autarquia, elas não fazem mal à saúde.

Conforme o Saae, devido à estiagem, tanques utilizados para abastecimento e o ribeirão chegaram, recentemente, a níveis muito baixos. Alguns trechos, inclusive, ficaram completamente secos. Depois das chuvas, a força da água remexeu e trouxe à tona materiais do fundo desses mananciais, incluindo a calha do Avecuia. Com isso, houve ampla proliferação de algas. A autarquia classifica o problema como “pontual e temporário”.

O Saae confirmou a mudança no sabor, coloração e odor da água. Disse, ainda, que isso não a torna a imprópria para consumo, devido ao tratamento. Também garantiu estarem mantidos todos os parâmetros legais de segurança da água. “Embora ocorram essas alterações, não há nenhum tipo de risco, não sendo, assim, (as algas) nocivas na água”, reforça. Igualmente descartou risco de desabastecimento, pois a situação “não afeta o volume de água que pode ser captada.”

De acordo com a autarquia, as plantas não causaram aumento do tempo para tratamento. Por outro lado, os custos subiram, pois o processo tem demandado mais recursos. Neste sentido, bombas inutilizadas precisaram ser reativadas. Consequentemente, o consumo de energia elétrica subiu. Além disso, começaram a ser aplicados novos produtos químicos e elevada a quantidade daqueles usados regularmente.

A autarquia disse ter iniciado a retirada tão logo as algas apareceram, bem como a adequação do sistema de tratamento. “Ressaltamos que o sistema de tratamento já foi adaptado, especialmente, para diminuir ou eliminar eventuais odores, sabores e alterações de coloração na água devido à presença das algas”, frisou.

Conforme o Saae, são várias frentes de trabalho para solucionar a questão. Uma das medidas foi a instalação de bomba na captação para oxigenação da água. As estratégias igualmente incluem aumentado da dosagem de carvão ativado, mudança do ponto de coloração e elevação da dosagem do produto. Além disso, a frequência de lavagem dos filtros e decantadores da Estação de Tratamento aumentou. Outro recurso consiste na aplicação de carvão ativado na captação.

Rodízio

Por conta da crise hídrica, os moradores de Porto Feliz enfrentam o racionamento de água desde 9 de outubro de 2020. O rodízio foi implementando, sobretudo, em razão do baixo nível do ribeirão Avecuia. À época, o volume do manancial estava em 35 centímetros no local de captação.

Em dezembro do ano passado, caiu ainda mais, chegando a 30 cm. O Saae não informou o volume atual do manancial.

Inicialmente, o racionamento durava 12 horas. Contudo, em novembro, em razão da redução constante no nível do Avecuia, foi ampliado para 24 horas. A medida continua em vigor. A autarquia igualmente estabeleceu multa de até R$ 164,89 para quem desperdiçar água.
Em resposta ao questionamento do Cruzeiro do Sul sobre como está o atual esquema de rodízio, o Saae de Porto Feliz respondeu que “como fonte de captação, aproximadamente 60% do abastecimento vem das águas do Ribeirão Avecuia e 40% do Aquífero Tubarão (poços profundos próprios do Saae e em regime de concessão). Hoje, temos que a altura do Ribeirão, no ponto de captação, está em cerca de 2 metros de altura, o que pode ser considerado um bom nível, ainda mais frente aos últimos meses, quanto o nível nesse local chegou a cerca de 30cm apenas. Na régua onde fica a medição, no local de captação, o nível chegou a estar abaixo de 30cm nos dias mais críticos. Em 35cm as bombas desligam automaticamente e param de captar água”.

Até 31 de janeiro, o esquema de rodízio continuou sendo de 24 horas, com interrupção no abastecimento das 6h às 6h. Em dias pares, o fornecimento é interrompido nos setores Popular, Jardim Vante, Vila América e Campo Santo. Já nos ímpares, ficam sem água os setores Palmital, Cidade Baixa, Vila Progresso e Flamboyant. (Vinicius Camargo)