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Morre aos 94 anos Sidney Poitier, primeiro astro negro de Hollywood

O ator foi o primeiro afro-americano a ganhar o Oscar; a causa da morte não foi divulgada

07 de Janeiro de 2022 às 15:46
Cruzeiro do Sul [email protected]
Sidney Poitier foi o primeiro astro negro de Hollywood e o primeiro afro-americano a ganhar o Oscar
Sidney Poitier foi o primeiro astro negro de Hollywood e o primeiro afro-americano a ganhar o Oscar (Crédito: MIKE NELSON/ AFP)

Sidney Poitier, o primeiro grande astro negro de Hollywood, morreu aos 94 anos, informou o vice-primeiro-ministro das Bahamas nesta sexta-feira (7). A causa da morte não foi divulgada. 

Poitier era "um ícone, um herói, um mentor, um lutador, um tesouro nacional", escreveu Chester Cooper em sua página oficial no Facebook. Nascido prematuramente em Miami, Flórida, em 20 de fevereiro de 1927, quando seus pais se mudaram das Bahamas, Sidney Poitier obteve a dupla nacionalidade americana e bahamense.

Em 1964, ele foi o primeiro afro-americano a ganhar o Oscar de melhor ator por "Uma Voz na Sombras". "A viagem foi longa para chegar aqui", disse, emocionado, ao receber a estatueta de ouro. Graças aos seus papéis, o público pôde conceber que negros podiam ser médicos ("O Ódio É Cego" - 1950), engenheiros, professores ("Ao Mestre com Carinho" - 1967), ou mesmo policiais ("No calor da noite" - 1967).

Mas aos 37 anos, quando o ator recebeu seu Oscar, era o único astro negro de Hollywood. "A indústria cinematográfica ainda não estava pronta para elevar mais de uma personalidade das minorias à categoria de estrela", decifrou em sua autobiografia "This Life". "Na época, (...) eu encarnava as esperanças de todo um povo. Não tinha controle sobre o conteúdo dos filmes (...) mas podia recusar um papel, o que fiz muitas vezes".


Em "Adivinhe Quem Vem Para Jantar", em 1967, ele interpreta o noivo de uma jovem burguesa branca que o apresenta a seus pais, um casal de intelectuais que se acreditam ter a mente aberta. O encontro é um choque, e o resultado é um grande filme sobre o racismo da época.

Ativistas da causa negra, no entanto, criticaram duramente Sidney Poitier por ter aceitado esse papel de médico de renome internacional, em desacordo com a discriminação sofrida por seus pares. Suas qualidades irreais como genro ideal mascaram sua negritude e problemas racistas, dizem eles. Em 2002, Sidney Poitier recebeu um Oscar honorário por "suas atuações extraordinárias, sua dignidade, seu estilo e sua inteligência". (AFP)