Pandemia
Sorocaba gastou R$ 140 milhões com a pandemia em 2020 e 2021
No ano passado, com o agravamento da situação sanitária, os custos dobraram
O gasto total com a pandemia em Sorocaba, em 2020 e em 2021, foi de R$ 140 milhões. No ano passado, com o agravamento da situação sanitária e pandêmica, os custos quase dobraram, levando mais de 11% do orçamento planejado para o exercício. A Prefeitura de Sorocaba ainda teve que bancar praticamente sozinha o momento mais crítico da pandemia, com a redução de repasse, em especial do Governo Federal.
De acordo com levantamento feito pela Prefeitura de Sorocaba, em 2020, o município teve de realocar 11,40% do orçamento planejado para enfrentar o novo coronavírus. É mais que o dobro que o porcentual utilizado em 2020, que foi de 5,58%. Em valores, de acordo com o Portal da Transparência do município, foram gastos R$ 49.592.264,21, em 2020. O montante subiu para R$ 90.651.306,26, no ano passado. Ou seja, crescimento de 80%.
A estimativa é de que foram realizados 60 mil consultas nos dois anos de pandemia, na rede municipal de saúde. Ainda na rede pública, durante os dois anos pandêmicos, foram 7.500 internações. Aliás, a contratações representam a maior parte dos gastos durante o biênio. A lista inclui leitos da Santa Casa, Santa Lucinda e hospital Amhemed Sorocaba.
Permanente
A notícia boa é que no meio desses gastos, parte desses investimentos foi agregado de forma permanente na saúde municipal. A Prefeitura de Sorocaba cita a reforma para a instalação da rede de gases medicinais, “além de inúmeros equipamentos importantes, tais como: respiradores, macas, entre outros, permaneceram definitivamente nas unidades de saúde, para atender a população com mais estrutura e qualidade”.
Conforme o Portal da Transparência, foram mais de R$ 59 milhões recebidos em 2020 para enfrentamento da pandemia, sendo que a maior parte veio do Governo Federal. Em 2021, quando a situação da pandemia ficou mais crítica e houve a necessidade de mais leitos, médicos e equipamentos e ainda quando houve aumento no número de mortes, o valor recebido foi de R$ 28 milhões.
O Executivo também foi questionado sobre como enxerga essa situação, em especial sobre o Governo Federal, no momento em que o município mais precisava, e ainda levando em consideração que houve brusca redução nos valores. “Os recursos repassados, acrescidos do superávit do exercício anterior, foram suficientes para o custeio das ações de enfrentamento à pandemia, conforme modelo de financiamento tripartite do SUS”, garantiu o Executivo.
Apesar de toda a imprevisibilidade, a Prefeitura de Sorocaba foi questionada também se há estimativa sobre quanto se gastará este ano com relação à pandemia. “Não há projeção de gastos específica para as despesas relacionadas ao enfrentamento da Covid-19, pois as ações são executadas em resposta ao monitoramento contínuo dos casos e da situação epidemiológica da cidade”, informou.
“Tudo é questão de ajuste da máquina. É um dinheiro que poderá girar outras secretárias, outros negócios”, diz o economista e professor Geraldo de Almeida. Ele enfatizou a necessidade de ser ter uma gestão forte e séria, para saber realocar esses valores, em 2022. “Em alguns casos, o problema não é de falta de dinheiro, mas de gestão. “Esse ano não será fácil”, disse o economista. “Por isso, é preciso manter o olhar para Sorocaba, para que a cidade fique longe de números negativos”, afirmou. (Marcel Scinocca)