O Conselho Tutelar de Sorocaba informou, na manhã desta quinta-feira (2), que a criança de 4 anos e o adolescente de 15, que presenciaram o caso de duplo feminicídio na manhã de quarta-feira (1º), ficarão sob os cuidados da tia materna.

De acordo com o órgão, houve a tentativa, por parte da família paterna, de manter as crianças sob seus cuidados, mas o pedido foi negado. “Nós entendemos que a melhor opção é ficar com a família materna, no caso, a tia. Foi uma decisão do nosso colegiado, após analisar a situação e conversar com a criança e o adolescente”, explica o conselho.

Segundo o órgão, o filho do casal chegou ao Conselho Tutelar tranquilo, pois não entendeu o que aconteceu, devido à idade. Já o adolescente estava retraído e cansado. Agora, o procedimento é manter o acompanhamento dos dois, por eles terem presenciado a situação. O conselho oferecerá todo o suporte necessário à família, como psicólogos e médicos. 

Relembre o caso

O duplo feminicídio, ocorrido na manhã desta quarta-feira (1º), no bairro Itanguá, zona oeste de Sorocaba, teve repercussão nacional e comoveu familiares, amigos e a população.

O farmacêutico de um hospital de Sorocaba, Filipe Correa Renovato, de 30 anos, esfaqueou a esposa, Isabela Isabela Rosa Renovato, de 23, e a sogra, Daniela Oliveira Rosa, de 41, durante uma discussão familiar. O cunhado do indiciado, de 15 anos, e o filho do casal, de 4 anos, estavam na residência, no momento da briga. Os dois conseguiram fugir para a casa de uma vizinha e não se feriram.

A sogra do indiciado foi encontrada sem vida no imóvel. Já a esposa foi mantida refém pelo agressor por três horas. Após negociações com uma equipe do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), o indiciado liberou a mulher e se entregou à polícia. Ela chegou a ser levada ao Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), em estado grave, mas não resistiu. 

Veja abaixo o momento em que o homem é levado pela polícia:

Surpresos

O casal se mudou para o bairro há quatro meses. Poucos vizinhos os conheciam. Uma tia materna do indiciado, Zila Correa Moraes, chegou ao local chorando muito. “Eu vim na última festa que eles fizeram, que foi do cunhado dele, mas estava tudo tranquilo. Fiquei surpresa com o que aconteceu, ainda não acredito que ele fez isso. Ele nunca comentou sobre crise no casamento e não demonstrava ser ciumento. Fiquei sabendo quando cheguei em casa”, contou.

Já Marcos Leme, amigo de infância de Filipe, disse que ninguém sabe o que aconteceu com o farmacêutico, para cometer um crime como este. "Eu tinha contato com eles todos os dias. Eu dava carona para ele. No WhatsApp, ele postou, no status, uma carinha de raiva, mas não pronunciou nada". Leme ainda relatou que o casal estava junto há seis anos e comemorou o primeiro ano de casamento dias antes.

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