Região Metropolitana de Sorocaba registra casos da variante Delta

Vigilância Epidemiológica do Estado confirmou nesta sexta-feira (27) 16 casos em Sorocaba e um em Salto

Por Ana Claudia Martins

Mais transmissível que outras variantes, a Delta avança até em países onde a epidemia parecia controlada, como é o caso de Israel

Duas cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS) confirmaram nesta sexta-feira (27) os primeiros casos da variante Delta do coronavírus. Em Sorocaba, foram confirmados 16 casos no total até o momento da nova variante e, em Salto, mais um caso.

Segundo a Prefeitura de Sorocaba, os 16 casos da sub-linhagem AY.4 da variante Delta foram identificados entre pessoas dos 19 aos 69 anos, sendo 11 mulheres e cinco homens. Nenhum caso evoluiu a óbito e não estão mais na fase de transmissibilidade.

O Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE) do Estado informou a cidade sobre a confirmação dos casos ontem, embora seis casos teriam sido confirmados na quinta-feira (26) e mais 10 nesta sexta.

Salto

A Secretaria da Saúde de Salto, por meio do Departamento de Vigilância Epidemiológica, monitora o primeiro caso confirmado da variante Delta do Sars-CoV-2 (B.1.617.2) na cidade, identificado em uma adolescente.

“Essa nova variante do vírus, que está se espalhando pelo País, se demonstra mais transmissível e, por isso, é fundamental que as pessoas, mesmo vacinadas, mantenham todos os protocolos de prevenção à doença, como uso de máscaras, álcool gel e distanciamento social”, aconselhou a pasta municipal em comunicado.

O secretário municipal de Saúde da cidade, Marcio Conrado, afirma que o processo de vacinação está seguindo rigorosamente e, muitas vezes, até mesmo antecipando, o calendário determinado pelo Estado. “Essa é mais uma etapa que teremos que enfrentar desse vírus e, por isso, não é hora de reduzirmos os cuidados. Então, precisamos nos manter firmes e ter a consciência de que a forma mais eficaz de combater esse vírus é cada um fazer a sua parte.”

O governo estadual confirmou oficialmente a variante Delta do coronavírus em São Paulo em 5 de julho. “Apesar do potencial de maior transmissibilidade em comparação a outras variantes do novo coronavírus, a Delta ainda não demonstra impacto nos indicadores da Covid-19 em São Paulo”, informa a Secretaria de Estado da Saúde.

Sobre a variante

A variante Delta do SARS-CoV-2 (B.1.617.2), identificada pela primeira vez na Índia em outubro de 2020, está sendo responsável pelo aumento do número de casos de Covid-19, inclusive em países onde a pandemia parecia controlada, como Israel e Reino Unido, devido à sua grande capacidade de transmissão.

Cada indivíduo infectado com esta variante pode transmitir o vírus para outras quatro a sete pessoas, ou seja, ela é 50% a 100% mais transmissível do que as demais cepas do SARS-CoV-2.

No Brasil, a variante dominante ainda é a Gama (P.1, Amazônica). De acordo com o boletim epidemiológico da Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2, coordenada pelo Instituto Butantan, no estado de São Paulo a Gama é responsável por 89,82% dos casos, seguida da P.1.2 (4,22%), da Alfa (B.1.1.7, Britânica) e, agora, da Delta, com 0,54% dos casos.

Em todo o Brasil, já foram registrados mais de 700 casos da variante Delta, identificada em 14 estados e no Distrito Federal. No Estado de São Paulo eram, pelo menos, 266 casos até a última quarta-feira (25).

Um estudo feito por pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da província de Cantão (Guangdong), na China, demonstrou que a vacina Coronavac evita em 100% o desenvolvimento de casos graves de Covid-19 causados pela variante Delta do SARS-CoV-2 e tem eficácia de 69,5% contra pneumonias decorrentes da doença. (Ana Cláudia Martins)