Tolerância Zero na região central gera expectativa entre sorocabanos

Comerciantes e frequentadores apostam na eficiência de programa municipal de segurança

Por Vinicius Camargo

No dia 29 de novembro, houve três mortes

Comerciantes e frequentadores do Centro acreditam, em geral, na eficiência do programa Centro Mais Seguro Tolerância Zero. O projeto, lançado recentemente pela Prefeitura de Sorocaba, visa ampliar e integrar as ações de segurança pública na região central. Algumas pessoas consideram a segurança falha na área, visto que, frequentemente, há roubos e furtos e lojas e pedestres. Por isso, veem a iniciativa uma alternativa para mudar esse cenário.

Para a empresária Vanya Meiken, proprietária de uma joalheira na Braguinha, o atual esquema de segurança na área é adequado. “Os efetivos da Força Tática e da GCM passam por aqui com frequência, em viaturas e motos”, conta. Porém, conforme a lojista, o patrulhamento não é tão intenso em todas as vias do Centro. "Nas rua Miranda Azevedo e rua da Penha, não há tanta fiscalização. Lá, os comerciantes ficam mais desguarnecidos”, completa.

Vanessa Adame, dona de uma loja de cosméticos na rua da Penha, descreve, justamente, a situação descrita por Vanya. De acordo com ela, roubos e furtos e a lojas e pedestres, bem como a clientes nas saídas de bancos são recorrentes ali. O próprio comércio dela foi furtado há cerca de três meses. “É raro passarem viaturas aqui. Se eles (forças de segurança) circulassem mais, imporiam um pouco mais de respeito”, acredita. Desta forma, para a comerciante, é essencial reforçar o esquema de segurança na região.

A reportagem do Cruzeiro do Sul permaneceu no Centro, na terça-feira (10), por mais de uma hora. Nesse período, apenas duas viaturas da Polícia Militar foram vistas.

O fortalecimento das ações também é defendido pelo aposentado Izauri Apirenobon, de 77 anos, morador de um prédio na Braguinha. “Há pouco policiamento. De vez em quando, policiais passam de moto, mas muito rápido. Eles só passam durante o dia, e, à noite, somem”, informa.

Já a autônoma Kátia Regina Rudolf, 36 anos, que passa frequentemente e já trabalhou no Centro, acredita que o programa Tolerância Zero vai melhorar a segurança. Mas, para ela, a Prefeitura deveria investir, também, em campanhas de conscientização dos consumidores. Vanya defende a mesma posição. Ambas citam, como exemplos, ações para orientar os clientes sobre como andar com bolsas, os cuidados com celulares e a sempre atentos. “A Prefeitura deveria colocar cartazes em lugares visíveis, para orientar”, comenta Kátia.

Outras medidas

Vanya ainda sugere outras medidas que poderiam ser adotadas pelo Poder Público. Uma delas é ampliação da fiscalização do trabalho dos ambulantes. Segundo ela, o número de camelôs aumentou no local, nos últimos dias. Ela acrescenta que os vendedores informais, muitas vezes, sujam as ruas e abordam as pessoas de formam inadequada.

Mais um problema indicado pela empresária é a altura das músicas em caixas de som colocadas nas entradas de diversos comércios. “(A música alta) atrapalha muito o meu trabalho, porque eu preciso conversar e explicar muitas coisas para os clientes”, reclama. “Até existe o código de postura, mas não há fiscalização. Esse trabalho (de fiscalização) tem que ser feito por diversas secretarias”, diz. (Vinicius Camargo)