Polícia detém rapaz e apreende adolescente suspeitos de furtar loja

Segundo a Polícia Civil, os dois são integrantes da chamada gangue da marcha à ré

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A polícia conseguiu recuperar todas as peças de roupa furtadas da loja

A Polícia Civil de Sorocaba deteve, nesta terça-feira (15), um rapaz, de 20 anos, e aprendeu um adolescente, de 16 anos, suspeitos de furtar uma loja de roupas femininas no Jardim Santa Clara. O crime ocorreu na madrugada de segunda-feira (14). Segundo a polícia, eles são integrantes da chamada gangue da marcha à ré. Mais um homem é investigado por participar do crime, mas está foragido. Outro rapaz, de 20 anos, também foi levado ao 3º Distrito Policial (DP). Porém, a participação dele na quadrilha ainda não está comprovada e é apurada. 

Segundo o delegado Basílio César de Sá Cassar, do 3º DP, o adolescente foi apreendido em casa, no Jardim Nova Esperança. Já o rapaz foi capturado em um barraco na Vila Barão. No imóvel, a polícia ainda deteve um cunhado dele. Lá também foram encontradas todas as peças levadas da loja.

Ainda conforme Cassar, na delegacia, o adolescente e um dos rapazes confessaram o crime. Ambos admitiram terem contado com a ajuda de outro homem. No entanto, não do terceiro detido nesta terça (15). O próprio suspeito alegou não ter participado. Assim, as buscas por esse outro homem envolvido continuam. Mas, ainda não há informações sobre a identidade dele, nem quanto à localização.

Carro

Ainda na Vila Barão, os policiais apreenderam o carro usado no crime, um Volkswagen Logus na cor azul. Dentro ele, estava a chave de roda utilizada para quebrar a porta da loja. O veículo, informou Cassar, estava em um terreno situado no final da rua onde o rapaz mora.

Segundo o delegado, o automóvel possui uma restrição de comunicação de venda. Ou seja, o rapaz não transferiu os documentos do carro para o seu nome, após comprá-lo. Conforme Cassar, ele não assumiu a posse propositadamente, para evitar ser relacionado ao veículo. Ainda de acordo com ele, o suspeito estacionava o automóvel longe da residência pelo mesmo motivo.

De acordo com o delegado do 3º DP, essas estratégias eram utilizadas para facilitar a prática dos crimes. "O que isso facilitava para eles é que, se esse veículo fosse parado em uma ação policial, por exemplo, ao puxar o número das placas, os policiais não o (carro) vinculariam a eles, pois está em nome de terceiros", detalha.

 Investigações

Segundo Cassar, a polícia descobriu as identidades e os endereços dos suspeitos a partir de denúncias anônimas. Após o crime, a dona do comércio publicou imagens do furto, registradas pelas câmeras de segurança, nas redes sociais. O compartilhamento das gravações, completa o delegado, auxiliou internautas a reconhecerem os suspeitos e a passarem informações sobre eles à polícia.

As investigações prosseguem. Além de tentar localizar o terceiro envolvido, a polícia busca identificar possíveis outros integrantes do grupo. Igualmente visa levantar mais crimes do mesmo tipo praticados pela quadrilha. De acordo com Cassar, até o momento, sabe-se apenas desse caso.

Como os três suspeitos não foram presos em flagrante, serão ouvidos e, depois, liberados. O adolescente será encaminhado à Vara da Infância e da Juventude, onde passará por audiência de custódia. Ele não tem passagens policiais. Já o rapaz possui cinco antecedentes criminais por furto. Inclusive, em 2020, foi preso por furtar uma loja de roupas no Centro. Havia saído da prisão no dia 14 de abril deste ano.

O caso 

O furto à loja, situada na rua Padre Luiz, ocorreu às 3h47 de segunda-feira (14), segundo o boletim de ocorrência. Imagens de câmeras de segurança do local registraram toda a ação.

Os três homens chegam em um carro estacionam na entrada da loja. Na sequência, dois descem. Um quebra a porta de vidro do estabelecimento com a chave, e eles entram. O terceiro fica no veículo. Ele manobra, da marcha à ré e estaciona na frente da loja. Na sequência, também sai do automóvel e entra no local. Eles retiram, rapidamente, peças das araras e colocam no porta-malas. Em seguida, fogem. De acordo com Cassar, esse é o modus operandi da gangue.

Segundo a proprietária do comércio, a ação durou aproximadamente três minutos. Ela foi ao 3º DP, no Parque Campolim, na tarde desta terça (15), acompanhada do namorado, para fazer o reconhecimento das peças. Em entrevista ao Cruzeiro do Sul, contou que os criminosos permaneceram pouco tempo na loja porque se assustaram após o alarme soar.

A empresária não sabe exatamente quantas peças foram levadas. Mas estima prejuízo de cerca de R$ 40 mil, considerando os valores das roupas e da porta quebrada. Conforme ela, o desfalque não foi maior porque eles não levaram computadores, máquinas de cartão e de impressão de notas fiscais, dentre outros equipamentos.

A comerciante ainda não colocou outra porta, devido ao alto valor do item. Enquanto não o faz, paga um segurança para vigiar o estabelecimento todos os dias.

Ela havia aberto a loja há apenas uma semana antes do crime. Atuante no ramo há anos, contou sempre ter sonhado em ter o próprio negócio. O planejamento para concretizar o seu desejo durou seis meses. Apesar da tristeza e da indignação por conta do ocorrido, não vai fechar o estabelecimento. "Foi bem desanimador. Mas eu não posso me dar ao luxo de desistir. Eu sempre trabalhei e estudei. Tudo o que conquistei foi com muito suor", falou.