Estradas e rodovias da região ainda geram reclamações

Buracos e falta de sinalização são principias queixas dos usuários das vias

Por Marina Bufon

A estrada que liga Araçoiabinha a Sorocaba não tem acostamento e motoristas sofrem com os buracos.

Buracos, falta de sinalização, curvas perigosas, asfalto duvidoso. Muitas são as queixas de motoristas sobre a situação de rodovias e estradas que ligam Sorocaba a cidades da região, como Iperó e Araçoiaba da Serra.

Antes de mais nada, é preciso entender que as responsabilidades por essas obras são divididas entre município e Estado, a depender da concessão desses espaços, assinado em contrato. Segundo a Agência do Estado de São Paulo (Artesp), as estradas vicinais são administradas pelas Prefeituras e, no caso das rodovias estaduais não concedidas, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) é responsável pela execução de manutenção. Ainda assim, a reportagem realizou uma detalhada pesquisa sobre como andam as negociações entre os órgãos responsáveis para sanar esses problemas.

As principais queixas apresentadas pelos leitores do jornal Cruzeiro do Sul, em resposta a uma postagem nas redes sociais e pelo WhatsApp, foram: estradas Sorocaba-Iperó, Sorocaba-Salto de Pirapora, Sorocaba-Araçoiaba, Araçoiaba-Iperó, Tapiraí-Juquiá, Tapiraí-Pilar do Sul, Piedade-Pilar do Sul, Piedade-Ibiúna, Piedade-Tapiraí, trechos sem duplicação da Raposo Tavares (Sorocaba-São Paulo), Vargem Grande-Sorocaba, Sorocaba-Votorantim, Votorantim-Piedade, Sorocaba-Porto Feliz, Salto de Pirapora-Pilar do Sul e acesso ao novo hospital regional de Sorocaba, no km 106 da Raposo.

Obras

Em contato com o DER, foi informado que projetos de obras para melhorias em duas rodovias estão em andamento: na SP-250 (Rodovia Bunjiro Nakao -- liga os municípios de Vargem Grande Paulista, Cotia e Ibiúna) e SP-79 (Rodovia Waldomiro Correa de Camargo - liga os municípios de Salto a Juquiá). Já na Raposo Tavares (SP-270), no trecho entre Itapetininga, Angatuba e Campina do Monte Alegre, Rodrigo Garcia, vice-governador e Secretário de Governo, entregou um lote de duplicação (em quatro trechos) e melhorias (recuperação em dois trechos) em 50 quilômetros da rodovia no último dia 3 de junho (no valor de R$ 233 milhões).

Além disso, foi anunciada a autorização para novas obras de estradas municipais, com destaque para a de Ipatinga. Garcia também falou sobre a recuperação e modernização da SP-250, com investimento de R$ 45 milhões.

Já a Artesp informou que a ViaOeste, concessionária que administra a Rodovia Raposo Tavares, está investindo mais de R$ 46 milhões em obras de duplicação entre os quilômetros 86,9 e 89,7, com previsão de conclusão para dezembro de 2022. O empreendimento está gerando 300 novos postos de trabalho.

Deputados estaduais

A deputada estadual Maria Lúcia Amary (PSDB) constantemente fala sobre os problemas das estradas e rodovias, e comentou sobre os avanços recentes.

“Já tivemos grandes avanços recentemente, como a duplicação da rodovia João Leme dos Santos (SP-264), entre Sorocaba e Salto de Pirapora, a duplicação da rodovia Waldomiro Corrêa de Camargo (SP-79) entre Sorocaba e Itu, que inclusive receberá iluminação em 5 quilômetros no trecho da Av. Paraná com emenda parlamentar destinada por mim, a duplicação da rodovia Bunjiro Nakao (SP-250) entre Vargem Grande e Ibiúna que está em andamento, a implantação das marginais da Raposo Tavares em Sorocaba, a duplicação da Raposo entre Sorocaba e Mairinque, entre outras”, iniciou.

Tanto ela quanto o DER informaram que a região de Sorocaba receberá investimentos em 13 estradas vicinais por meio do programa Novas Estradas Vicinais, inclusive a que liga Sorocaba a Iperó. As contratações já estão em andamento.

“Em parceria com o deputado Vitor Lippi, conseguimos incluir no programa a recuperação da estrada de Sorocaba-Iperó e a Estrada do Vinho, em São Roque. Através de reivindicação do meu mandato, a rodovia SP-79 será totalmente recapeada entre Sorocaba e Juquiá, com previsão para que as obras sejam iniciadas agora no segundo semestre. Estou em permanente contato com o Governo do Estado, através das Secretarias de Transportes e de Desenvolvimento Regional para que outras rodovias importantes, muito utilizadas pela população, como a estrada do Ipatinga, em George Oetterer, sejam contempladas pelo Governo a nosso pedido‘, complementou.

Nos dez quilômetros da Estrada do Vinho serão investidos R$ 7,7 milhões e, na vicinal entre Sorocaba-Iperó, serão R$ 16,3 milhões nos 22,5 quilômetros de extensão.

Já o deputado estadual Agente Federal Danilo Balas (PSL), em seus dois anos e meio de mandato, já apresentou mais de 30 indicações ao Governo do Estado solicitando melhorias nas principais rodovias da região, assim como cobranças direcionadas ao DER.

“Dentre os nossos pedidos estão duplicação, acostamento, recapeamento, sinalização e manutenção em geral. As nossas rodovias estão há anos abandonadas pelo Governo do Estado e todo Governo é a mesma história, só promessas e nada de melhorias. Esse descaso faz com que milhares de reais sejam perdidos e, infelizmente, vidas sejam ceifadas”, afirmou o parlamentar.

Segundo Balas, já foram também protocolados pedidos urgentes de iluminação na rodovia entre Sorocaba e Salto de Pirapora, além da constante solicitação da duplicação da SP-250.

“A rodovia por onde passa mais de 40% da produção agrícola do cinturão verde com destino a São Paulo está abandonada. O descaso com a população é total! Já sofri dois acidentes, mas, graças a Deus, nossa equipe saiu ilesa, o que não aconteceu com inúmeras famílias que perderam seus entes queridos”, afirmou.

Segundo Anselmo Neto, diretor executivo da Agência Metropolitana de Sorocaba, todos os deputados estaduais de Sorocaba fazem esses pedidos por melhorias ao Governo do Estado, perguntando quando essas obras serão realizadas. No entanto, ainda não há um cronograma a que ele teve acesso a esse respeito.

Problemas são recorrentes, diz usuário

Alguns trechos sofrem de problemas pontuais, ainda sem uma solução 100% efetiva. Um exemplo disso é o acesso ao Hospital Adib Jatene, na rodovia Raposo Tavares, o qual, apesar de diversas promessas do Estado, ainda não conta com uma passarela para pedestres -- funcionários, pacientes e familiares continuam se arriscando a fazer a travessia a pé. Além disso, os veículos que trafegam no sentido da rodovia precisam fazer um contorno de aproximadamente quatro quilômetros para acessar o local.

Sobre isso, a Artesp comunicou que “o Governo do Estado mantém o compromisso de disponibilizar a passarela e o acesso ao Hospital Regional de Sorocaba. Porém, ambas as intervenções não estavam previstas no contrato de concessão da Rodovia Raposo Tavares (SP-270), que antecede a construção do equipamento de saúde. Sendo assim, a agência finalizou o estudo orçamentário e está agora em fase final de negociações com a Concessionária CCR, para promover ajustes contratuais que permitam viabilizar os acessos o mais brevemente possível”.

Outro ponto que há anos causa mobilização de moradores da região é o trecho que corresponde à estrada entre Tapiraí e Juquiá, a conhecida SP-079 (Celestino Américo). O empresário David Siqueira de Andrade, de Tapiraí, é um dos que encabeçam os pedidos pela reestruturação do trecho.

“Fizeram alguns reparos recentes em pontos onde havia alto risco de desbarrancamento, mas, com relação à pista de rolamento no trecho que fica no município de Tapiraí, são péssimas as condições da rodovia. Segundo uma matéria que vi no mês passado, obras de recapeamento no trecho Sorocaba-Juquiá devem começar em setembro e deverão ser realizadas em seis meses”, iniciou.

Segundo ele, já foram feitos também dois reparos emergenciais em pontos onde havia risco de desabamento da pista, mas muito ainda precisa ser melhorado, como a inserção ou melhoramento de placas de sinalização, pintura de faixas, luminosos refletivos e também podas de árvores e matas que invadem a rodovia. Além disso, a estrada não possui acostamento, sinal de wi-fi e telefonia.

“Temos umas das mais caras tarifas do mundo e não há sinal ao longo de todo o trecho que compreende Tapiraí a Juquiá. Um problemão em caso de quebra de veículo ou acidente, pois não há como encostar com segurança por não haver acostamento e nem como pedir socorro por falta de sinal de telefonia. Tem se que contar com a boa vontade e coragem de alguém parar também sobre a pista para oferecer ajuda”, finalizou. (Marina Bufon)