Gestão da UPH da Zona Oeste continua com contrato vencido

Prefeitura fez chamamento de emergência para contratar nova instituição

Por Ana Claudia Martins

Atualmente, unidade funciona como Centro de Estabilização Covid

Com contrato vencido desde o último dia 9 de abril, a Unidade Pré-Hospitalar (UPH) Zona Oeste, que é gerida pela Organização Social (OS) Instituto Diretrizes, poderá, em breve, ter sua gestão realizada por outra entidade. Segundo a Prefeitura de Sorocaba, no último dia 1º de junho foi publicado no Portal da Transparência do Município um chamamento emergencial para contratação de outra instituição para gerir a UPH Zona Oeste.


A administração municipal informa ainda que caso ocorra a troca de entidade para fazer a gestão da unidade não haverá prejuízo algum à assistência da população. Desde 16 de março deste ano, a UPH Zona Oeste foi transformada em um Centro de Estabilização Covid. Foi o segundo centro deste tipo em operação na cidade por decisão da Prefeitura.


Conforme a Secretaria da Saúde (SES), o objetivo da mudança é ampliar a assistência de combate à pandemia da Covid-19 na cidade. O centro na UPH Zona Oeste conta com 35 leitos Covid, sendo 23 de suporte ventilatório avançado e 12 de enfermaria.


Além disso, no local são realizados os atendimentos de Pronto Atendimento para pacientes com sintomas da Covid-19, durante 24 horas por dia, no sistema de portas abertas. Já os atendimentos médicos não Covid para adultos e crianças, que eram realizados na UPH Zona Oeste, continuam sendo realizados nas outras unidades de saúde do município.

 

Impasse

Relatos de funcionários que atuam na UPH Zona Oeste, e são contratados do Instituto Diretrizes, afirmam que a entidade estaria atrasando o pagamento de salários e deixando de comprar insumos por conta da falta de repasse da Prefeitura de Sorocaba para a entidade.


Questionada a respeito, a Prefeitura informa que não houve atraso por parte do município. “O contrato da UPH da Zona Oeste venceu no dia 9 de abril e o Instituto Diretrizes não apresentou a documentação necessária para renovação, apesar das solicitações e reuniões realizadas”, informa.


Ainda conforme a Prefeitura, o prestador (Instituto Diretrizes) receberá o pagamento pelos serviços prestados por meio de indenização, que precisa ter parecer jurídico de aprovação e o mesmo deverá apresentar documentos obrigatórios por lei. “No último dia 1 de junho, já foi publicado um chamamento emergencial para contratação de instituição para gerir a UPH Zona Oeste, sem prejuízo algum à assistência da população”, informa a administração municipal.


Já em relação a falta de insumos na UPH Zona Oeste, a Prefeitura nega. “Em relação aos insumos, a Secretaria da Saúde (SES) segue fiscalizando e acompanhando diariamente, para garantir que não faltem para a assistência da população”, informa.


Após gerar polêmica e contestação judicial, a UPH Zona Oeste e a UPH Zona Norte passaram a ser administradas pelo Instituto Diretrizes em fevereiro de 2019, durante a gestão do prefeito cassado José Crespo.


O Cruzeiro do Sul entrou em contato com o Instituto Diretrizes, por telefone, e questionou a entidade a respeito, mas até o fechamento desta edição não houve resposta.

 

Prefeito visita

Por conta dos possíveis problemas de falta de repasse, atrasos nos salários e falta de insumos, o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), junto com o secretário da Saúde, Dr. Vinicius Rodrigues, visitaram a UPH Zona Oeste no dia 3.


Em seguida, Manga fez uma postagem em sua rede social sobre a questão: “Acabamos de sair da UPH Zona Oeste, de onde recebemos a denúncia de que a instituição responsável pela unidade não estaria comprando insumos e nem honrando o pagamento com os médicos que lá trabalham, correndo o risco, ainda, de atrasar o salário de outros funcionários. Estamos em cima da situação e vamos cobrar a instituição de forma contundente para que tome as providências urgentes, uma vez que a Prefeitura tem o dinheiro para pagar seus prestadores de serviço, desde que eles façam corretamente a sua prestação de contas. A população tem que ter seu atendimento à saúde garantido e não vamos admitir que isso deixe de acontecer. Os profissionais da saúde também merecem respeito. Já basta o estresse diário que passam no combate à pandemia, fazendo parte da linha de frente”, escreveu o prefeito. (Ana Cláudia Martins)