Após prisão de secretário, Manga coloca interina na pasta de Recursos Humanos

Rodrigo Onofre, secretário de Recursos Humanos da Prefeitura de Sorocaba, foi preso na operação Noteiras

Por Cruzeiro do Sul

Força-tarefa da Operação Noteiras cumpre mandados de prisão e faz buscas na região de Sorocaba

Após a deflagração da operação Noteiras, em que houve a prisão do secretário de Recursos Humanos da Prefeitura de Sorocaba, a advogado Rodrigo Onofre, o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) decidiu que a pasta será comandada de forma interina por Luciana Mendes, titular da Secretaria Jurídica. A informação foi confirmada pela Secretaria de Comunicação (Secom) às 17h10 desta quarta-feira (12), data em que ocorreu a operação.

“A Prefeitura aguardará a apuração dos fatos para tomar qualquer medida em definitivo e, para que as atividades da pasta não sejam interrompidas, a secretária Jurídica, Dra. Luciana Mendes, acumulará a chefia da SERH interinamente”, diz em nota a pasta da Comunicação.

Mais cedo, Manga disse que não descartava a possibilidade. “Nós ficamos sabendo por meio da imprensa, de alguns advogados que estavam aqui e nos avisaram. É algo que não diz respeito a administração municipal e aconteceu lá atrás, em uma ação da iniciativa privada, onde ele trabalhou”, afirmou Manga sobre Onofre. “Mas não temos informações exatas para ver qual o posicionamento a prefeitura vai tomar. O que nós vamos fazer é buscar informações sobre esse tema para que a gente possa dar um posicionamento”, ponderou.

Questionado se Onofre ficaria no governo, Manga citou a possibilidade de um interino, mas não falou em exoneração. “Eu acredito que... vou ter uma reunião agora com o secretariado, que tem que fazer... ou um outro secretário ficar interino até se esclareça tudo isso para que as ações da Secretaria continuem”, comenta. “Nós vamos ansiosamente aguardar o que está que está acontecendo para que a gente possa ter um posicionamento com relação a esse assunto”, conclui.

As declarações do chefe do Executivo foram dadas ao Cruzeiro do Sul em um evento em homenagem aos profissionais de enfermagem, no Paço Municipal.

Sobre a operação

A força-tarefa foi montada para desarticular um esquema de sonegação baseado na criação de empresas ‘fantasmas‘ e na transferência de mais de R$ 200 milhões em créditos espúrios de ICMS para o Estado de São Paulo. Em Alagoas, as fraudes fiscais podem chegar à casa dos R$ 435 milhões.

Onofre, segundo a Secretaria Estadual da Fazenda, é considerado o responsável pela organização das empresas fraudulentas utilizadas pela organização criminosa. Ele se apresentou na Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil em Sorocaba e vai ser ouvido em São Paulo.

Além da Secretaria, a força-tarefa também conta com a participação de Policiais do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE) da Polícia Civil e equipes da Polícia Militar. A ação tem a participação de mais de 200 agentes públicos (entre agentes fiscais de rendas, procuradores do Estado, promotores de Justiça e policiais civis e militares) e é resultado do trabalho do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (CIRA), de São Paulo, e do Grupo de Atuação Especial no Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (GAESF), de Alagoas, que reúnem membros das Secretarias da Fazenda, Procuradoria Geral do Estado (PGE) e Ministério Público dos dois Estados, responsáveis por medidas administrativas e judiciais para aprimorar ações integradas de combate à sonegação fiscal, além de reprimir fraude fiscal estruturada e recuperar créditos fiscais.


Atualização

Por volta das 16h, a operação Noteiras cumpriu 37 mandados de busca e apreensão e 12 de prisão. Entre as apreensões estão 10 carros, joias e relógios, além de diversos documentos e computadores que serão analisados e irão compor o conjunto probatório. “As investigações seguem em sigilo, sendo conduzidas pelos órgãos competentes”, diz a Sefaz estadual.

Em Pilar uma mulher supostamente ligada ao esquema foi o alvo dos mandados de busca e apreensão e prisão. A razão, segundo a Sefaz, seria a participação em fraude fiscal estruturada, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e documental. Em Sorocaba, três pessoas foram presas.

A defesa do secretário não foi encontrada para comentar o caso. (Colaborou Ana Claudia Martins e Jomar Bellini)

 

Atualizado às 17h20 com o nome da interina da pasta