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Nem todos sabem o significado do 9 de julho, mas aproveitam o feriado

09 de Julho de 2019 às 02:13

O feriado de 9 de julho no Estado de São Paulo -- mais uma oportunidade para muita gente que prolongou a folga do fim de semana até esta terça-feira (9) -- não passa de um dia celebrado pelo descanso. O real significado histórico da data é desconhecido ou desapareceu da memória escolar de grande parte das pessoas ouvidas nas ruas pela reportagem do jornal Cruzeiro do Sul.

Uma mulher perguntou se a data tinha relação com a Revolução Francesa; uma mãe pediu ajuda à filha e à sobrinha, que não souberam a resposta; e um rapaz disse que para ele nem é feriado, porque irá trabalhar.

Andreza Daniele Souto. Crédito da foto: Erick Pinheiro

Quem confundiu a data com o 14 de julho (festa nacional francesa) foi a auxiliar de educação Andreza Daniele Souto. “Não sei se é isso (Revolução Francesa), estou chutando”, disse, ao ser perguntada se conhece o motivo da comemoração do 9 de julho. “Eu comemoro muito por ser feriado”, ela brincou.

“A gente fica tão ligada no feriado, que fica sem saber porque é feriado.” E com bom humor, ela ainda disse: “Você devia ter deixado eu consultar o Google.” Ao consultar o site de buscas, Andreza se deparou como o termo “Revolução Constitucionalista” e então a memória recordou: “Aprendi isso na escola, mas eu não me lembrava mais, e quando eu estudava não era feriado.”

Marli Rodrigues, Maria Alice, Rogério Guedes e Laura Guedes. Crédito da foto: Erick Pinheiro

No ponto de ônibus do estacionamento em frente à Prefeitura, a auxiliar de serviços gerais Lucinéia Cristina de Moura, de 41 anos, reconheceu: “Não estou lembrando (o significado da data), vou folgar no feriado.” Para a balconista Luciana Almeirinda Cruz, de 38 anos, a data de 9 de julho é apenas o aniversário de um colega de trabalho. “A gente não lembra, a gente vê, mas esquece”, disse.

A administradora Regiane de Oliveira, de 43 anos, pediu um tempo para pensar: “Eu sei que tem a ver...”. Estava no estacionamento da Prefeitura, em companhia da filha Ana Júlia de Oliveira, de 12 anos, e da sobrinha Ana Júlia de Lima, de 11 anos, e pediu ajuda às duas garotas, mas sem retorno.

Lucinénia Cristina de Oliveira. Crédito da foto: Erick Pinheiro

Como justificativa para a falta de resposta, Regiane disse: “Eu aprendi isso na escola, mas faz muito tempo que saí da escola.” Também admitiu o constrangimento de não conhecer um registro importante da história de São Paulo: “Nossa, eu tenho curso superior, que vergonha. Juro que a escola me ensinou isso.”

Entre as pessoas consultadas, a única que teve a resposta correta e na ponta da língua foi a dona de casa Marli Rodrigues, de 36 anos, que jogava bola com a família no gramado do Jardim do Paço: “Revolução Constitucionalista de 1932.”

Ana Júlia, Ana Júlia Oliveira e Regiane de Oliveira. Crédito da foto: Erick Pinheiro

Como justificativa, ela disse que sempre gostou do estudo de História, esteve com uma das filhas em São Paulo e mostrou a ela o monumento do Obelisco no Parque Ibirapuera, como símbolo da Revolução Constitucionalista.

“Está vendo? É bom saber, podem te pegar de surpresa”, disse Marli para as filhas Alice Guedes, de 12 anos, e Laura Guedes, de 9, e o marido Rogério Guedes, de 35. “Mesmo quando eu não sei direito, eu gosto de saber, ainda mais se é História”, afirmou Marli. (Carlos Araújo)

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