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Casal que teve variante britânica da Covid em Sorocaba não transmite mais o vírus, diz Saúde

16 de Fevereiro de 2021 às 08:47
Jomar Bellini [email protected]

Sorocaba registrou dois casos de variante britânica da Covid. Crédito da Foto: Acácio Pinheiro / Agência Brasil

Atualizada às 12h15

A Secretaria de Saúde da Prefeitura de Sorocaba informou nesta terça-feira (16) que os moradores que tiveram a variante britânica do novo coronavírus não transmitem mais o vírus. O Governo de São Paulo confirmou nesta segunda-feira (15) o registro de sete casos da nova cepa no Estado, sendo dois em Sorocaba e cinco na Capital.

Segundo a prefeitura, os dois pacientes (um casal) são monitorados pela Vigilância Epidemiológica desde o dia 29 de dezembro. Para a secretaria municipal, os casos ainda são tratados como suspeitos já que, até o momento, o Estado ainda não teria confirmado oficialmente a presença da variante britânica da Covid-19 em Sorocaba. A nota reforça que "ambos não transmitem mais a doença". A prefeitura não informou se é possível estimar o local da infecção, se os pacientes foram internados e se já são considerados curados, uma vez que o Executivo ainda não foi oficialmente notificado.

De acordo com o Estado, a confirmação de novas variantes ocorre por meio de sequenciamento genético, além da investigação epidemiológica dos casos, como históricos de viagens e contatos. “Até o momento, não há comprovações científicas de que sejam variantes mais transmissíveis ou provoquem quadros mais graves, nem evidências referentes à capacidade de resposta imune das vacinas disponíveis. Pesquisadores em todo o mundo estudam o comportamento da pandemia e as mutações do vírus SARS-CoV-2”, pondera a pasta.

Um estudo realizado pelo governo do Reino Unido, entretanto, mostrou que a nova variante da Covid-19 pode ser mais mortal que outras cepas do vírus. Além de mais contagiosa, a nova mutação possivelmente está relacionada ao maior risco de mortes e hospitalizações, segundo a pesquisa.

O Cruzeiro do Sul questionou a Secretaria de Saúde do Estado no final de janeiro sobre as primeiras informações da circulação de uma possível nova variante em Sorocaba. Em resposta, a pasta afirmou que qualquer situação nesse sentido seria informada em material divulgado à imprensa ou nas coletivas realizadas pelo Estado. A confirmação só veio nesta segunda-feira (15) após novo questionamento da reportagem.

Por e-mail, a secretaria estadual afirmou nesta terça (16) que os dados da equipe técnica foram enviados na segunda-feira (15), data em que a informação foi divulgada. A Estado não respondeu sobre a não notificação do caso para a Secretaria Municipal.

A Secretaria da Saúde de São Paulo também registrou em todo o Estado, até esta segunda-feira, 25 casos de Covid-19 da variante de Manaus. Foram registrados nove casos na Capital; três em Jaú; um de Águas de Lindóia e 12 em Araraquara.

Prevenção

Para Rosana Maria Paiva dos Anjos, médica infectologista e especialista em saúde pública, essa expansão já era esperada. “Vamos ter que redobrar os cuidados. Essas variantes estão se espalhando e parecem ser mais agressivas, podendo dar quadros mais intensos, graves e críticos”, alerta. Ela ainda defende que as pessoas circulem menos e mantenham suas residências bem arejadas.

Ainda conforme ela, se houver suspeita em alguma pessoa, deve se fazer o isolamento em um cômodo da casa, que também devem ser arejado. “Que as pessoas só circulem em situações de necessidade, como para o trabalho”, comenta. Os cuidados devem ser os mesmos para as pessoas que já tiveram a contaminação e foram curadas e também para os vacinados.

O Estado também reforçou a necessidade de continuar com as medidas preventivas para conter a disseminação do novo coronavírus. “Assim, as mesmas medidas já conhecidas pela população seguem cruciais para combater a pandemia do coronavírus: uso de máscara, que é obrigatório em SP; higienização das mãos (com água e sabão ou álcool em gel); distanciamento social; e a vacinação contra Covid-19, respeitando-se o cronograma e os públicos-alvo vigentes, conforme estabelecido pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações) e pelo PEI (Plano Estadual de Imunização) do Governo de São Paulo”, acrescenta. (Jomar Bellini e Marcel Scinocca)