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Ministério Público pede na Justiça a prisão de Marinho Marte

12 de Julho de 2018 às 16:56

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) pediu na Justiça, em caráter de urgência, a prisão do vereador licenciado Marinho Marte (PPS). Marte, que está afastado da Secretaria de Relações Institucionais e Metropolitanas da Prefeitura de Sorocaba por determinação judicial, é investigado pelo MP por suspeita de cobrar valores indevidos de servidores de seu gabinete. O pedido de prisão foi protocolado no dia 04 de julho e também se estende ao servidor Ilzo Lourenço Pereira, assessor de Marinho. A defesa de Marinho não comentou a questão. Ilzo Pereira afirmou que seu advogado prepara a defesa ao pedido do MP. O pedido ainda será analisado pela Justiça.

O promotor Orlando Bastos, autor do pedido e responsável pelo inquérito, afirma no pedido que apesar da ordem liminar de afastamento concedida até o final da ação principal de improbidade administrativa, os réus, ou seja, Ilzo Lourenço e Marinho Marte, "continuam a importunar e coagir as testemunhas, que são assediadas quase que diariamente, e encontram-se em verdadeiro pânico". O promotor acusa que valores continuam a ser depositados mensalmente na conta de Marinho Marte.

O promotor afirma também que para disfarçar o assédio, o servidor chegou a pedir, por mensagem de telefone, a uma das testemunhas, que ligasse para Marinho. "Esta ligou, em áudio a ser entregue em cartório, e este -- Marinho Marte -- portou-se sempre em tom ameaçador. A conversa, ainda, foi gravada por Ilzo, que logo na sequência mandou-a para uma das testemunhas, como forma de coagí-la, como se aquela conversa a comprometesse em alguma medida."

Após expor os problemas, o promotor elencou uma série de pedidos que, além da determinação para prisão em flagrante dos réus por desobediência e eventual coação no curso do processo, incluem a decretação de sigilo nos autos, a extensão das medidas de afastamento e incomunicabilidade de mais uma testemunha e a incidência da multa, para cada réu, no valor de de R$ 1.080.000,00.

Citados

Ilzo Pereira disse que seu advogado já foi notificado e que prepara a defesa com relação à questão. "Estranhamente esses três servidores tinham negado a cobrança irregular. Inexplicavelmente foram convocados pelo MP e mudaram a versão, do jeito que o promotor quiz. Será que fomos nós que coagimos ou o promotor? No momento certo, Deus mostrará a verdade", comenta o servidor.

Joel de Araújo, advogado de Marinho Marte, afirmou que estava fora do escritório e que se manifestaria somente nos autos.

O caso

Segundo a denúncia do MP, que culminou com o pedido de afastamento e agora com o pedido de prisão, o propósito do suposto desconto nos vencimentos dos assessores seria para o pagamento do gerenciamento de redes sociais do vereador na legislatura finalizada em 2016, prática que não teria sido interrompida após o período eleitoral. Ainda segundo o MP, outros valores também foram cobrados desde 2011 para o pagamento de despesas de Correios.