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Internados em hospital viram alvos de golpistas

29 de Janeiro de 2020 às 00:01

Num dos golpes, família perde R$ 4,9 mil. Hospital diz divulgar orientações a pacientes sobre golpistas. Crédito da foto: Fábio Rogério (28/1/2020)

 

Pelo menos duas famílias de pacientes do Hospital Samaritano, em Sorocaba, foram abordadas por golpistas que fazem uso de informações pessoais das pessoas internadas na tentativa de extorquir dinheiro. Em um dos casos o prejuízo foi de R$ 4,9 mil.

Há duas semanas, a idosa Iracema Modolo Dal Pozo, de 81 anos, passou mal e foi levada ao hospital pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) com suspeita de infarto. Ela permaneceu 24 horas em observação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, confirmado o diagnóstico, foi submetida a uma cirurgia de cateterismo.

Cinco dias depois, quando Iracema já estava no quarto, em recuperação, o seu filho, o auxiliar de educação Washington Luiz Dal Pozo, de 46 anos, atendeu uma ligação no telefone fixo que fica no leito. “Eu achei estranho porque era um homem que começou a perguntar quem eram os responsáveis pela paciente, quando eles estariam no hospital, e se poderiam entrar em contato porque teríamos de assinar um documento. E a ligação caiu”, relata.

Desconfiado, Washington procurou a enfermagem e depois, a recepção. “O hospital tem todos os cadastros, não precisaria me ligar”. Nesse intervalo, o telefone tocou de novo e quem atendeu foi Iracema. “Apesar da idade, ela ainda é lúcida, e respondeu que o filho tinha ido pedir informação sobre o assunto. O cara desligou e não ligou mais”, relembra.

Na sequência, a mãe e o filho receberam, no leito, a visita de uma funcionária do hospital que informou não ter passado nenhuma ligação para o ramal. “Mas como eles (golpistas) tiveram acesso ao número do quarto? Nem o pessoal do Samaritano soube explicar como isso aconteceu”, indaga, revoltado: “Quando uma pessoa vai ao hospital, é para ser tratado. Não dá mesmo para confiar em ninguém.”

No outro caso, os golpistas conseguiram R$ 4,9 mil de um paciente utilizando alguém para se passar por médico. A vítima e a família não atenderam aos contatos do jornal Cruzeiro do Sul, mas o ocorrido foi confirmado pela reportagem.

O paciente teria sido abordado no próprio leito, com a alegação de que teria uma enfermidade muito grave e cujos exames não seriam cobertos pelo convênio. Diante disso, a vítima teria autorizado sua esposa a transferir R$ 4,9 mil para a conta bancária apontada pelo suposto médico.

Resposta

Em nota, a assessoria de imprensa do Grupo NotreDame Intermédica (GNDI), que controla o Hospital Samaritano, informou que o hospital “segue todas as medidas de prevenção a este tipo de golpe recomendadas pela Associação Nacional dos Hospitais Privados (ANAHP) e Federação dos Hospitais (Fehosp), o que inclui divulgar cartazes e banners em áreas visíveis do hospital e termos de ciência que são assinados por pacientes e seus responsáveis”.

O texto aponta, ainda, que os pacientes “são informados verbalmente no ato da internação que, em nenhuma situação, o hospital faz qualquer contato telefônico solicitando pagamentos”. O GNDI afirmou, por fim, que “os colaboradores são orientados e treinados a não prestar informações telefônicas a quaisquer pessoas não autorizadas pelos pacientes”. (Eric Mantuan)

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