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Programa de Intercâmbio atende mais de 200 jovens

26 de Agosto de 2018 às 13:09

Intercâmbio atende mais de 200 jovens Nesta semana, 39 jovens de vários países estiveram na cidade para uma imersão sobre a sociedade brasileira. Crédito da foto: Fábio Rogério

Viajar ao exterior, conhecer outras culturas e se abrir para novas experiências são projetos de vida de muita gente e especialmente dos jovens. O Programa de Intercâmbio dos Jovens do Rotary, maior ONG internacional com mais de 1,2 milhão de rotarianos distribuídos em mais de 200 regiões do mundo, tem entre suas ações comunitárias a missão de realizar esses projetos em um leque de mais de 150 destinos pelo planeta. Por ano há cerca de 8 mil jovens que participam do intercâmbio do Rotary em todo o mundo.

Um dos exemplos de ações dessa magnitude ocorreu nesta semana em Sorocaba com a reunião de 39 jovens que vieram de vários países para uma imersão na sociedade brasileira. Eles fazem parte de dois distritos do Rotary, o 4620 e o 4310, que geograficamente abrangem regiões que vão de São Roque até após Ourinhos, no lado esquerdo da rodovia Castelo Branco, sentido capital/interior. São os “inbounds”, termo que designa os jovens estrangeiros que vieram para o Brasil em sistema de intercâmbio. No sentido inverso, o de jovens brasileiros que vão para o exterior, o termo é “outbounds”.

As informações são do rotariano Antonio Carlos Bramante, da coordenadora do programa de intercâmbio do Rotary, Solange Giannini, e da rotariana Delma Dias.

Bolsa de estudo

No âmbito do distrito do Rotary 4620 de Sorocaba, o programa de intercâmbio opera há 30 anos com a participação acumulada de mais de 200 jovens que viajaram para diferentes partes do mundo. O programa completou em 2018 um marco importante, configurado pelos 10 anos completados da bolsa de estudo integral. Esse benefício é destinado a jovens de classe média para baixo que tenham potencial de liderança muito acentuada, trabalhos voluntários feitos e sintonia com a identidade do Rotary.

Embora mais barato do que os roteiros tradicionais de mercado, o intercâmbio do Rotary custa algo em torno de US$ 7 mil a US$ 8 mil ao ano por pessoa. A bolsa de estudo integral é um benefício de grande significado. A iniciativa começou em 2008 e desde então 31 jovens de Sorocaba foram beneficiados. Os primeiros bolsistas foram cinco pessoas do programa emprego jovem, desenvolvido em meados da década passada pela Prefeitura. Entre outras referências, dois bolsistas eram do Colégio Politécnico e cinco eram da Fundação de Desenvolvimento Cultural (Fundec).

As bolsas são possíveis por meio do apoio de financiadores voluntários da sociedade, que podem ser rotarianos ou não e têm atuação benemérita. Doadores de recursos para as bolsas estabelecem parâmetros de transparência como os de que jovens beneficiados não podem ser filhos, netos ou ter algum parentesco com rotarianos. E as entidades nas quais são selecionados os jovens para as bolsas se pautam por critérios de destaque e credibilidade.

Fazer o bem

O Rotary foi criado em 1905 nos EUA por profissionais de diversas áreas, movidos pela disposição de fazer o bem à humanidade. Com o slogan “dar de si antes de pensar em si”, a proposta é incentivar a ideia de se tornar voluntário para fazer o bem à comunidade onde se vive. O carro-chefe é a luta para acabar com a poliomielite, o que leva a ONG a ter papel de protagonismo na atual campanha nacional de vacinação contra a doença.

Entre os projetos há o intercâmbio para jovens de 15 a 17 anos e ele também pode ter modalidades como de curta duração (três meses) e longa duração (12 meses). Outras informações podem ser acessadas no site www.rotary.org. Para pleitear o intercâmbio o interessado faz uma pré-inscrição. Segue-se um processo seletivo com a escolha de destino. Depois, durante seis meses, os jovens e suas famílias passam por um período de treinamento com capacitação.

“É um programa completo, onde o jovem tem sempre uma rede de proteção para os rotarianos, formada por rotarianos”, diz Bramante. Esse é um programa estritamente cultural e educacional, onde o jovem, com visto de estudante, é obrigado a frequentar a escola no local de destino.” A programação do intercâmbio vai muito além da convivência com a família que recebe o jovem e da rotina na escola. Eles se movimentam na cidade, fazem viagens de conhecimento da cultura nacional a diferentes regiões, visitam museus, participam de palestras e eventos diversos e vão até assistir a desfiles de escolas de samba. A interação social por meio de atividades é dinâmica, intensa e variada.

Intercambistas compartilham experiências com colegas e familiares

Intercâmbio atende mais de 200 jovens Victória: um ano na Pensilvânia. Crédito da foto: Fábio Rogério

A brasileira Victória Ramos, de 17 anos, nascida em São Paulo e moradora de Itu, fez intercâmbio de um ano na Pensilvânia (EUA) e voltou há dois meses para o Brasil. Nesta semana, ela participou do encontro de jovens dos distritos do Rotary 4620 e 4310 para falar de sua experiência como intercambista. Agora ela faz parte dos chamados “rotex”, grupos de ex-intercambistas que compartilham suas experiências para tranquilizar jovens e famílias.

Sobre o seu intercâmbio nos EUA, Victória destaca entre os resultados o fato de a viagem ter contribuído para o seu amadurecimento e comunicabilidade. Ela sentiu dificuldade diante do perfil dos americanos, mais “fechados” na comparação com os brasileiros. Ressalta como pontos positivos o aprendizado da língua inglesa e o conhecimento de uma cultura diferente. “Valeu a pena, porque me deixou uma pessoa aberta a novas experiências”.

Intercâmbio atende mais de 200 jovens Luísa: da Colômbia para Sorocaba. Crédito da foto: Fábio Rogério

A colombiana Luísa Juliana Dias, de 17 anos, veio da cidade de Sogamoso, estado de Boyacá, na Colômbia, está há um mês em Sorocaba e cursa o segundo ano do ensino médio no colégio Véritas. Ela diz que gostou muito do Brasil pelas pessoas: “São muito amáveis, carinhosas”. Gostou da escola e se sente estimulada a fazer pesquisas. Elogiou as boas amizades que tem feito e que a auxiliam no manejo da língua portuguesa. Sobre Sorocaba, a primeira percepção de Luísa é de que a cidade “é muito grande”, tendo em vista a comparação com Sogamoso, lugar pequeno de 60 mil habitantes. “Sorocaba tem muitas coisas, universidades”, ela descreve.

O encontro de jovens realizados nesta semana tinha representantes de 12 nacionalidades diferentes. Entre eles, além da Colômbia, eram encontrados jovens de Tywan, Canadá, Dinamarca, Hungria, Equador. Eles ouviram palestras sobre choque cultural, comunidade, educação, entre outros temas. Além disso, receberam reforço quanto às instruções sobre regras de comportamento que precisam cumprir. Por exemplo, não podem beber, nem dirigir, nem colocar piercing em partes do corpo. (Carlos Araújo)

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