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Indústria desenvolve programas para aumentar a presença feminina

08 de Março de 2019 às 10:27

Elaine é supervisora de produção - Foto: Emidio Marques (06/03/2019)

A presença feminina no mercado de trabalho vem crescendo com o passar dos anos, sendo também mais desejada e incentivada por algumas empresas que reconhecem a contribuição da mulher para os negócios.  O movimento ocorre inclusive em áreas tradicionalmente vistas como masculinas, como a industrial. A fábrica de baterias Heliar - Johnson Controls, localizada em Sorocaba, possui atualmente 1,3 mil funcionários, sendo apenas 200 mulheres -- a maioria na parte administrativa e uma na diretoria, que responde pela companhia na América Latina. A empresa, no entanto, busca mudar essa situação.

A gerente de Recursos Humanos da empresa, Úrsula Bueno, explica que a Johnson Controls atualmente desenvolve o Programa de Diversidade & Inclusão, que tem como um dos focos a realização de ações voltadas para as mulheres, através de ações específicas, atendendo aos Princípios de Empoderamento das Mulheres, que são diretrizes da ONU Mulheres.

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A iniciativa também tem influenciado os processos seletivos. “O que temos incentivado fortemente nos últimos anos é o foco e a presença feminina em nosso recrutamento e seleção. Temos sido bastante enfáticos em relação à presença de mulheres nos processos, bem como estimulado os gestores de área em relação ao tema. Inclusive para funções de liderança, tanto na contratação quanto na promoção interna”, diz. Assim, o recrutador precisa separar 50% de currículos de homens e 50% de mulheres. Úrsula acredita que o olhar diferenciado e sensível e as características femininas têm um grande potencial de incrementar e melhorar os processos de trabalho.

 

A operadora de máquina Fabíola Caroline de Oliveira Manuel, 22 anos. Foto: Emídio Marques

 

A operadora de máquina Fabíola Caroline de Oliveira Manuel, 22 anos, conta que as pessoas se impressionam quando conta que atua em produção. “O preconceito não vem de dentro da fábrica, mas de fora. A pessoa olha para mim, uma menina magrinha, e ficam ‘nossa, você trabalha em produção’”, diz. Embora tenha sentido receio antes de assumir o cargo, conta que foi acolhida com respeito pelos colegas homens.

“Eu me identifico com produção, gosto de desafios. Máquinas são minha paixão”, explica a supervisora de produção Elaine Souza, 31 anos, que comanda uma equipe formada por homens na fábrica. A profissional, formada em engenharia de produção, recorda que já na faculdade eram apenas seis mulheres em uma turma de 45 alunos. Elaine lidera em um ambiente masculino com desenvoltura e uma dose de compreensão. “Eu me imponho como chefe, mas não com autoritarismo. A gente discute as ideais, as opiniões, quais os caminhos e as decisões. Mas tem as diferenças: a mulher é mais observadora e sentimental. Consigo perceber quando alguém não está bem”, conta.

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