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Estimativa é de que Sorocaba tenha mais de 60 mil idosos

31 de Março de 2020 às 00:01
Marcel Scinocca [email protected]

Sorocaba tem mais de 60 mil pessoas no chamado grupo de risco pela idade para o novo coronavírus. São as pessoas com 60 anos ou mais. A informação é da Secretaria de Saúde de Sorocaba (SES). O número pode ser maior, já que a cidade tem mais de 30 mil pessoas portadores de doenças crônicas, que podem ou não estar no grupo de risco pela idade.

O percentual, levando em consideração a estimativa da população da cidade pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de mais de 680 mil habitantes, é de quase 10%. De acordo com a SES, são 65.906 pessoas nessa faixa etária  - acima de 60 anos. Já os portadores de doenças crônicas, como o diabetes, são 34.453.

Maria Beatriz Macedo Montano, geriatra e professora da PUC Sorocaba, acredita que não há indicações específicas para pessoas dessa idade, a não ser os cuidados de praxe e o isolamento completo. “Essas pessoas precisam se manter complementa isoladas”, afirma a médica. “Nessa situação, a gente precisa estar consciente da importância desse isolamento social. Tentar compreender que é algo passageiro, que a gente vai superar essa fase o mais breve possível”, acrescenta.

De acordo com ela, pessoas acima desta idade estão diante de um declínio funcional, que é uma situação normal. “Ao longo do tempo podem surgir problemas como doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Isso vai transformar o idoso em uma pessoa mais vulnerável”, garante.

Ela lembrou ainda que a vulnerabilidade social e a saúde mental, por exemplo, podem ser fatores que contribuem com um desequilíbrio maior para os idosos. “Estamos realmente diante de um problema sério para todos nós. Só que o idoso tem mais problemas e menos armas para se defender”, comenta a médica.

Por fim, ela voltou a defender o isolamento total para essa faixa de idade. “A gente precisa entender que o Brasil é um país envelhecido. Sorocaba também é uma cidade envelhecida.

Pelas ruas

Apesar de haver uma redução significativa de idosos nas ruas, ainda é possível encontrar pessoas circulando pelas ruas da cidade. Antônio Carlos, de 63 anos, que estava fazendo compras no centro da cidade, na mesma data. “Sou divorciado. Moro sozinho. Tenho que ir ao mercado. Eu tenho que fazer por mim”, argumenta. Ele, que é instrutor de autoescola, afirmou que é contra o isolamento e que precisa trabalhar.

Já a dona Maria de Fátima Virgílio, que também estava no Centro da cidade fazendo compras em um supermercado, tem 58 anos, não está no grupo de risco, mas garantiu que está tomando as medidas de segurança, como se fosse. “Só saí para ir ao mercado. Estou isolada em casa. Meus vizinhos também estão. Não dá para brincar com essa situação”, adverte. (Marcel Scinocca)