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Entidades divergem sobre alta do IPTU em Sorocaba

28 de Setembro de 2018 às 07:33
Marcel Scinocca [email protected]

A proposta deve ser analisada hoje pela Câmara. Foto: Emídio Marques / Arquivo JCS

Representantes de entidades se posicionaram de maneira divergente sobre o projeto de lei de autoria do Executivo que pode elevar o valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em até 5% acima da inflação. O assunto foi tema de reportagem do Cruzeiro do Sul. A proposta deve ser analisada hoje em sessão extraordinária da Câmara de Sorocaba.

Para Flavio Amary, presidente estadual do Sindicato da Habitação (Secovi), o aumento é aceitável, em especial se for levado em consideração a proposta aprovada pela Câmara de Sorocaba no ano passado e que foi revogada. “É um aumento compatível, considerando a valorização imobiliária com a realidade que nós vivemos hoje.”

Para o presidente do Secovi, Flavio Amary, reajuste é aceitável. Foto: Divulgação

“Quando a gente teve no ano passado uma proposta do Executivo, aprovada pela Câmara, com relação à planta genérica de valores, os aumentos foram de 100, 200, 300% na cidade toda. Foi um aumento muito forte. O prefeito Crespo quando assumiu [se referindo a quando José Crespo reassumiu o cargo em outubro do ano passado], chamou as entidades todas, convocou um grupo de trabalho para que fosse revista a planta genérica. Logo em seguida, a Prefeitura, com um projeto de lei aprovado pela Câmara, revogou esse projeto e reverteu esse aumento”, comenta Amary.

Segundo ele, por não alterar significativamente o valor dos imóveis, o aumento não impactará no setor imobiliário. A iniciativa, ainda conforme o presidente do Secovi, mostra sensibilidade do Executivo com relação ao caso. Ele termina enfatizando que a proposta tem o apoio do setor.

Reze, da Associação Comercial: impacto para toda a cidade. Foto: Emídio Marques / Arquivo JCS

O empresário Sérgio Reze, presidente da Associação Comercial de Sorocaba (Acso), tem um posicionamento contrário. Segundo ele, se aprovado pela Câmara, o impacto é para toda a cidade. “Impacta a cidade de Sorocaba, a população sorocabana. Nós entendemos que não é o momento de aumentar. O aumento já virá através do IPCA. Nós não aceitamos”, diz ele de forma enfática.

Conforme Reze, a Prefeitura de Sorocaba precisa olhar suas despesas e reduzir seus custos como forma de equilibrar a questão financeira. “Ela que reduza os custos para não agravar ainda mais a situação da população. A população não aguenta mais pagar impostos. Quando você está com problema de queda de receita na sua casa, você diminui os seus gastos. Com o poder público é a mesma coisa. A Associação está falando isso em nome da comunidade, da população sorocabana”, termina.

Harley Mena, presidente da Associação Corretores de Imóveis de Sorocaba (Aceiso), também se colocou contra o possível aumento. “Na realidade, acreditamos que o certo é a correção somente pela inflação, principalmente pelo momento que estamos passando na economia. Um aumento real vai onerar o bolso do contribuinte. Sobe a inflação e mais os 5%. E o salário vai subir 5% a mais que a inflação?”, questiona.

Mena representa os corretores de imóveis e contesta aumento. Foto: Aldo V. Silva / Arquivo JCS

Mena afirma que a situação vai impactar automaticamente no valor do aluguel. “Vai onerar ainda mais a carga paga pelo inquilino. “Qualquer aumento que venha com índice acima da inflação, no momento, não é viável. O contribuinte já paga com sacrifício o IPTU. A Prefeitura deveria esperar mais um pouco”, considera.

Na Câmara

Durante a sessão ordinária desta quinta-feira (27) da Câmara, alguns vereadores comentaram sobre o projeto. Para Francisco França (PT), “esse projeto já nasceu morto”. Irineu Toledo (PRB), declarou: “mesmo sendo líder do governo, eu sou contra o aumento de impostos”. O projeto será apreciado em regime de urgência hoje, às 15h. (Colaborou Esdras Felipe Pereira)

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