Empresários sorocabanos estão otimistas com relação à economia

Por Ana Claudia Martins

O diretor-titular do Ciesp Sorocaba, Erly Domingues de Syllos (de camisa azul), apresentou os dados da pesquisa. Crédito da foto: Fábio Rogério (17/12/2019)

O diretor-titular do Ciesp Sorocaba, Erly Domingues de Syllos (de camisa azul), apresentou os dados da pesquisa. Crédito da foto: Fábio Rogério (17/12/2019)

Os três principais setores da economia, indústria, comércio e serviços, estão otimistas com relação ao desempenho da economia brasileira em 2020. Foi o que constatou uma pesquisa feita pela regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp Sorocaba), em parceria com a agência Verbo Comunicação.

Segundo os dados apresentados à imprensa, na tarde desta terça-feira (17), a expectativa com a economia no próximo ano e o ambiente de negócios é considerada boa para 68% dos entrevistados do segmento da indústria, 58% de serviços e 55% do comércio.

Ainda de acordo com os dados da pesquisa, as expectativas econômicas para o próximo ano são consideradas muito boas para 16% da indústria, para 18% do comércio e 22% para o setor de serviços. E razoável para 16% da indústria, para 27% do comércio e 3% para serviços.

De acordo com o Ciesp Sorocaba, sobre 2020, o comércio é o segmento com melhores expectativas para o próximo ano. Já a indústria avalia com cautela o desempenho no ano que vem, e as perspectivas se mantêm abaixo do índice registrado este ano, mas ainda assim otimistas.

“É natural que haja cautela depois de um ano de retomada da economia, onde o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) girou em torno de 1%. Mas, a expectativa agora é que esse número chegue a 2% em 2020. Embora em ritmo gradual, o país está se recuperando. Além da aprovação da reforma da Previdência e da Medida Provisória da Liberdade Econômica, as empresas estão retomando seus investimentos e tudo indica que teremos um 2020 favorável para a economia”, afirma o diretor-titular do Ciesp Sorocaba, Erly Domingues de Syllos.

O Ciesp Sorocaba realizou a pesquisa com 119 empresários, sendo 54,6% do ramo de serviços, 36,1% da indústria e 9,2% do comércio.

O questionário, com 12 perguntas, foi respondido pelos empresários de Sorocaba e região no período de 26 de novembro a 1º de dezembro, para identificar as expectativas dos empresários sobre o ambiente de negócios para 2020.

Resultados de 2019

Segundo a pesquisa, 47,1% dos entrevistados acreditam que o desempenho do seu segmento em 2019 está bom. O resultado geral responde às expectativas geradas no começo do ano, quando 54% dos entrevistados acreditavam que o ano seria melhor.

O segmento que mais correspondeu às expectativas foi o comércio com 90% dos entrevistados afirmando que o ano foi muito bom e bom, contra 95% de expectativa para que fosse melhor ou muito melhor.

Já os outros segmentos não corresponderam à expectativa, sendo a indústria o que menos correspondeu, com 48% afirmando que o ano de 2019 foi bom ou muito bom, contra 79% de expectativa para que fosse melhor ou muito melhor.

Para o ano de 2020, as expectativas se mantém abaixo do índice registrado para esse ano, mas ainda assim são otimistas, uma vez que apenas 3% do segmento de serviços (0,8% do total) acredita que o ano poderá ser pior ou muito pior.

Sobre o que pode barrar o crescimento e a competitividade foram apontadas as mesmas do início do ano: tributação (38,7%), burocracia (16,8%) e investimentos (16%).

Mas, ao contrário dos dados do início do ano, as principais barreiras não se repetem em todos os segmentos, tendo pontos de destaque bastante diferentes. Na indústria, a tributação ganha um peso ainda maior e a política empresarial aparece em segunda colocação.

No comércio, a burocracia se mantém como a maior barreira, já tributação e investimentos aparecem com resultados empatados. Energia deixa de ser uma barreira importante, dando espaço para crédito para capital de giro/taxa de juros. No segmento de serviços, os três fatores mudaram de posição comparados ao início do ano, tendo agora a falta de mão de obra qualificada como um fator representativo para barrar o crescimento.

Investimentos

A expectativa para o ano de 2019 era bastante promissora com 54% afirmando aumento no investimento, mas acabou por se tornar estável (36%) e também por haver diminuição (32%). Mais uma vez a indústria se mostrou como o segmento que teve piores resultados, com o maior índice de diminuição dos investimentos: 40%; comércio, 18%, e serviços, 28%. (Ana Cláudia Martins)