Ao longo deste ano, serão instaladas cerca de 70 novas lombadas e 10 faixas elevadas pelas ruas e avenidas de Sorocaba. As obras serão executadas pela empresa Pavilux Pavimentação e Terraplanagem ao custo de R$ 408 mil. Segundo a Urbes – Trânsito e Transportes, os dispositivos serão implantados até o mês de dezembro, conforme publicação no jornal oficial Município de Sorocaba. Mas a empresa pública não informou os locais onde serão implantados.
Como forma de diminuir a velocidade e facilitar a travessia, as lombadas e lombofaixas dividem opiniões entre os motoristas.
Morador da zona norte, o autônomo Douglas Felipe Messias, 27 anos, afirma que a implantação de lombadas é importante em alguns pontos da cidade, principalmente em cruzamentos, mas em vias com subida acentuada ele julga o dispositivo desnecessário. “A gente vê lombada em ruas de mão única, que só sobem e não dá para entender a finalidade”, reclama.
A médica Lunízea Matos Mariano, 29, é natural de Vitória, no Espírito Santo, e conta que mais do que instalação de lombadas, é preciso conscientização entre os motoristas sorocabanos. “Às vezes, a gente vai reduzir a velocidade para passar em uma lombada ou então para que alguém atravesse e as pessoas quase batem na traseira do carro, buzinam. Acho que falta educação”, afirma. Ela conta que sempre dá preferência aos pedestres e que se isso fosse uma ação enraizada na sociedade não haveria necessidade de tantas lombadas. “A cidade já tem bastante morro e quanto mais lombadas, menos fluidez no trânsito”, opina a médica.
Sidney Calebe Moreira, 36, afirma que há locais com muita necessidade de lombadas, como a avenida Itavuvu e a avenida Olinda Aires Paulete, próximo de sua casa, no bairro Paineira, na zona norte. “Na Itavuvu é comum casos de atropelamento porque realmente faltam faixas de pedestre e lombofaixa. Já na avenida do Paineiras os motoristas e motociclistas desrespeitam completamente o limite de velocidade”, reclama. O técnico em segurança do trabalho, porém, acredita que radares são mais efetivos que a lombada, pois punem somente os infratores. “A lombada atrapalha a fluidez, faz dar tranco no carro e quem quiser desrespeitar vai continuar fazendo errado.”
Radar é mais efetivo
Para Renato Campestrini, especialista em trânsito, mobilidade e segurança e colunista de Mobilidade Urbana da rádio Cruzeiro FM 92,3, a instalação de novas lombadas e faixas elevadas pode ser eficiente dependendo do local escolhido para o dispositivo. “Vemos hoje algumas vias com três lombofaixas, por exemplo, e isso atrapalha o tráfego. O pedestre sempre tem de ser a prioridade, mas deve ter coerência”, aponta.
O especialista também afirma que há maior efetividade nos radares quando o foco é respeito à velocidade na via. “O radar só vai punir aquele que desrespeita o limite de velocidade. Já a lombada é um empecilho para todos os motoristas.” No caso das lombofaixas, destaca Campestrini, é necessário que haja iluminação adequada, para que o motorista, mesmo distante, consiga ver quando um pedestre aguarda para atravessar. Campestrini lembra que o dispositivo também favorece a acessibilidade.
Para favorecer a travessia, Campestrini explica que não há uma recomendação específica no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), mas orienta a “reduzir a velocidade e ligar o pisca-alerta é uma forma de chamar atenção do motorista que está atrás.”
O CTB prevê que a velocidade deve ser reduzida a pelo menos 50 metros do dispositivo. No caso da lombada, a velocidade ao se aproximar é de 30 quilômetros por hora. Já na faixa elevada é de 40 quilômetros por hora. “Fato é que a conscientização é a única forma de ter um trânsito mais seguro e respeitar esses dispositivos é obrigação do condutor”, finaliza. (Larissa Pessoa)