Diminui mau cheiro na área da antiga Saturnia
A área foi vendida recentemente e proprietário cercou o imóvel. Crédito da foto: Fábio Rogério (1/12/2020)
A situação do mau cheiro originado pelo garimpo ilegal na área onde já funcionou a fábrica de baterias Saturnia, na região do Éden, está, ao menos por enquanto, amenizada. O fato foi confirmado pelos próprios moradores, em especial do bairro Iporanga II, que fica ao lado do terreno da empresa, alvo de inúmeras reclamações nos últimos dois anos.
A situação ocorre justamente após o acordo de compra do local, fechado setembro. A reportagem do Cruzeiro do Sul esteve no local por duas vezes, no início da semana passada e ontem (10). Ao contrário do verificado em outras ocasiões, a área onde era o acesso principal da empresa e que dava também acesso ao local do garimpo ilegal, está fechado.
Há uma barreira que não permite o acesso de veículos ao local. Uma cerca também impede que veículos acessem o terreno por caminhos improvisados em ao menos outros dois pontos. Esses acessos eram pela rua Aureliano César do Nascimento. “Era uma situação terrível, mas agora deu uma amenizada, uma parada. Tem dias que a gente não sente cheiro nenhum”, conta Gideão Claudino, que mora no local há cerca de cinco anos e sofreu com toda a situação. “Não temos mais visto o movimento de pessoas, como antes”, acrescenta. “Olha, com esses dias que teve chuva, eu tenho sentido”, diz Nilton Marinho, que mora no local há cerca de 20 anos.
Sobre a venda
“A novidade é que o imóvel foi vendido para uma empresa imobiliária de Diadema. O valor foi de R$ 4 milhões, com R$ 1 milhão de sinal e o restante em 30 parcelas de R$ 100 mil”, conta Sadi Montenegro Duarte Neto, administrador judicial do local. Ele conta ainda que os novos donos já ingressaram na propriedade e, de agora por diante, são responsáveis pelas questões ambientais, invasões e segurança da área. “Quanto ao processo judicial, com o dinheiro que vem ingressando para a massa falida. Estou pagando os credores, com primazia aos trabalhadores”, conclui Montenegro.
Todo o caso veio à tona em 19 de agosto de 2018. O local estava sendo alvo de dezenas de “garimpeiros” que buscavam chumbo nos restos de baterias, depositadas no local de forma ilegal. Após a denúncia, houve colocação de arame farpado e avisos de “perigo de morte”. No entanto, era possível acessar outros locais da antiga empresa, incluindo trechos onde havia muita terra revirada e outras áreas não garimpadas. Poderia se acessar os pontos de carro, inclusive. O garimpo ilegal continuou e houve dezenas de reclamações sobre o cheiro forte provocado pela atividade. Houve caso, inclusive, de pessoas que necessitaram de atendimento médico. (Marcel Scinocca)