Dia das Mães e as mudanças trazidas pela pandemia atual

Por Ana Claudia Martins

Para Rosilene o desafio é a distância física. Crédito da foto: Divulgação

Para Rosilene o desafio é a distância física. Crédito da foto: Divulgação

Hoje é Dia das Mães e a data será comemorada de diversas maneiras diferentes por conta da pandemia do novo coronavírus. Apesar do momento atual, algumas mães terão a sorte de celebrar a data com seus filhos. É o caso, por exemplo, das chamadas mães solo, mulheres que criam seus filhos sozinhas.

Segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de mães solo no Brasil aumentou de 10,5 milhões para 11,6 milhões no período de 2005 a 2015.

A terapeuta capilar, Renata Aparecida Costa, 43 anos, há quatro anos passou a ser a responsável pela criação dos dois filhos -- hoje com 15 anos e sete anos -- e a chefe da casa após a separação do marido.

Morando sozinha com os dois filhos e trabalhando fora como autônoma, Renata afirma que é difícil, por exemplo, quando um dos filhos fica doente e ela precisa faltar ao trabalho porque não tem ninguém para ficar com eles. “Se eu fico em casa fico sem receber”, diz.

Outra dificuldade diária é a rotina para conciliar os horários de trabalho e a escola dos meninos. Para isso, Renata conta com a ajuda do filho mais velho para auxiliar o menor. “Antes de sair de casa tenho que deixar praticamente tudo pronto para eles, e meu filho mais velho ajuda o mais novo a colocar o uniforme, a se alimentar e o leva até o transporte escolar. Já o mais velho a sorte é que a escola é bem perto da nossa casa”, diz.

Outro desafio diário é dar conta da casa, do trabalho, das tarefas domésticas, das contas e da criação dos filhos no atual momento da pandemia de Covid-19, já que os filhos estão em casa porque as aulas estão suspensas. “São as tarefas da escola para acompanhar, e todas as demais atividades do dia a dia. A gente se cobra para dar conta de tudo, mas sabemos o quando é difícil e utópico ser mãe, pai e conseguir conciliar tudo com perfeição”, diz.

Separadas, mas unidas

Renata fala sobre conciliar a maternidade solo, trabalho e educação das crianças. Crédito da foto: Divulgação

Com a recomendação do isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus, algumas mães que continuam trabalhando em serviços essenciais não poderão celebrar a data com seus filhos. Rosilene do Carmo Carneiro Lopes trabalha em um supermercado em Sorocaba, considerado um dos serviços essenciais à população. Além dos cuidados diários que ela toma para se proteger e não levar a doença para casa, ela terá que celebrar a data sem a filha mais velha, que mora sozinha e permanece em isolamento social.

“Vou sentir ainda mais saudades da minha filha mais velha, mas temos que seguir as orientações dos profissionais da saúde. De fato 2020 trouxe consigo situações e emoções que não esperávamos, muitas delas tristes”, diz. “Minhas expectativas para o futuro é que ao passar tudo isso sejamos melhores como pessoas, sabendo que estar perto da família é a melhor coisa do mundo”, comenta. (Ana Cláudia Martins)

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