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CPI do voluntariado ouve mais testemunhas

04 de Abril de 2019 às 23:12

CPI do voluntariado ouve mais testemunhas Comissão do Legislativo já fez três reuniões e ouviu 17 testemunhas sobre a possível atuação de falsos voluntários. Crédito da foto: Erick Pinheiro

Numa terceira rodada de depoimentos, mais oito pessoas foram ouvidas nesta quinta-feira (4), na Câmara Municipal, como testemunhas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura supostas irregularidades no corpo de voluntariado da Prefeitura de Sorocaba. Os depoimentos foram prestados na sala de reuniões, a portas fechadas -- inclusive para a imprensa --, com a justificativa de preservar as testemunhas, por serem servidores e ex-funcionários de carreira da Prefeitura.

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O problema no foco da investigação estaria relacionado à ex-servidora comissionada da Prefeitura, Tatiane Polis, pivô na crise ocorrida no primeiro ano de governo do prefeito José Crespo (DEM), que culminou em sua cassação pelo Legislativo, em agosto de 2017. O texto do protocolo que criou a CPI na Câmara fala da necessidade de apurar violação “gravíssima” ao serviço público municipal, causado por “usurpação de função pública”, camuflado em falsos serviços voluntários, resultando em assédios morais, intimidações, tráfico de influência e prejuízo ao erário.

Os depoentes de ontem tiveram ou ainda têm vínculo com a Secretaria de Comunicação e Eventos (Secom) da Prefeitura. Entre os oito, há dois casos de exonerados e dois que foram transferidos para outras áreas da administração municipal. Segundo a vereadora Iara Bernardi (PT), presidente da CPI, os depoentes de ontem informaram que Tatiane participou de reuniões realizadas na Secom para discutir metas de trabalho da pasta. “Parecia que ela tinha ascensão e poder de mando”, disse Iara, com base nos depoimentos. Numa dessas reuniões, conforme os depoimentos de ontem, Tatiane insistiu em participar por três vezes e em todas teve o pedido negado pelo secretário Eloy de Oliveira, da Secom.

Tatiane Polis será a próxima a ser ouvida pela CPI, na terça-feira que vem (9), às 14h, juntamente com mais duas pessoas. Até ontem foram ouvidas 17 testemunhas em três reuniões. Na primeira delas, prestaram depoimentos Eloy de Oliveira, a secretária de Cidadania e Participação Popular, Suélei Gonçalves, e o chefe de gabinete, Carlos Mendonça. Na segunda rodada de depoimentos, na semana passada, foram ouvidas seis pessoas, que também tiveram as identidades preservadas por serem servidores de carreira.

A reunião de ontem ainda teve a participação de dois outros vereadores membros da CPI, a relatora Fernanda Garcia (Psol) e Renan Santos (PCdoB), além do advogado de Tatiane Polis, Márcio Leme. Na semana passada, Leme afirmou que a cliente atuava tão somente como voluntária e apoiadora do governo. Ele disse que sua cliente não teve posto na Prefeitura, não coordenou projetos e também jamais pressionou algum servidor. (Carlos Araújo)