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Covid-19 chega à zona rural da Região Metropolitana de Sorocaba

13 de Maio de 2020 às 00:01

Covid-19 chega à zona rural da RMS Os agricultores acreditam que foram contaminados ao entregar mercadorias na Ceagesp, em São Paulo. Crédito da foto: Divulgação

Doença causada pelo agressivo vírus que se espalhou rapidamente pelo mundo, principalmente nas grandes metrópoles onde há maior adensamento populacional, a Covid-19 também chegou com força na zona rural de municípios da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).

Em Piedade, cidade da RMS que registra o maior número proporcional de casos confirmados da doença, 78% dos infectados são homens moradores da área rural, segundo levantamento da Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica. Segundo a pasta, a cidade soma 45 casos positivos do novo coronavírus (Covid-19).

Desse total, 30 estão recuperados, 12 realizam tratamento e três óbitos foram confirmados. O município tem ainda seis casos suspeitos que aguardam resultados de exames e 24 descartados. De acordo com o titular da pasta, Robertson Magalhães Jordão 50% dos pacientes acometidos pelo novo coronavírus no campo são jovens adultos, na faixa etária de 30 a 49 anos.

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Em Ibiúna a escalada da Covid-19 na zona rural também é preocupante. Apesar de não informar o percentual de infectados do campo, o secretário de Saúde do município, Samuel Rodrigues, reconhece que há “número expressivo de casos nos bairros rurais”.

Ele acredita que uma das razões para isso ocorrer pode ser a proximidade entre membros de uma mesma família, sem respeitar o distanciamento social. “É comum, nessas áreas agrícolas, famílias inteiras viverem no mesmo terreno e, com isso, terem muito contato”, diz.

Conforme boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde de Ibiúna, até a noite de segunda-feira a cidade registrava 53 casos confirmados e três óbitos causados pela doença. Mais 59 casos suspeitos aguardam resultado dos exames.

Apesar de Piedade estar a 40 quilômetros de Sorocaba e a 130 km de São Paulo, epicentro da pandemia no país, Rodrigues acredita que um dos pontos onde é mais provável que essa população da zona rural esteja sendo mais facilmente infectadas são os entrepostos de abastecimento da produção rural, como a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). “De fato, a Ceagesp é um local onde há grande fluxo de pessoas. Contudo, não há como afirmar, de maneira categórica, que isso estaria ocorrendo”, afirma.

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Já o secretário de Saúde de Piedade, Robertson Magalhães Jordão, é categórico: “Mais de 50% dos casos de Piedade foram contaminação em empresas de abastecimento como, por exemplo, a Ceagesp”, afirma.

Por meio de nota, a Ceagesp afirma que desde o início de março ativou um plano de contingências com a finalidade de prevenir a contaminação pela Covid-19 adotando todas as orientações e recomendações emitidas pelas autoridades de saúde.

“Dentro das medidas está um trabalho intenso de conscientização (com carro de sim e material impresso e digital) junto ao público frequentador sobre a importância da prevenção, obrigatoriedade de máscaras, instalação de pias extras (fixas e móveis) com água e sabão para facilitar a higienização das mãos e limpeza constante, além de pulverização com hipoclorito de sódio, dos pavilhões”. Até o momento, segundo a companhia, há apenas um caso confirmado de Covid-19 de funcionário ligado diretamente à Ceagesp.

Sobre outros possíveis casos, a companhia afirma que não tem acesso à rotina de vida dos frequentadores do complexo, como permissionários, funcionários e clientes, e também e não temos acesso aos postos onde são atendidos, pois são oriundos de vários pontos do território nacional e internacional, “portanto não temos estatística segura sobre o tema”.

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Rodrigues comenta que, tanto da área rural quanto da área urbana, toda a população precisa se conscientizar de que a única vacina disponível até o momento para o novo coronavírus é o distanciamento social. “(As pessoas) devem ficar em casa, ir à rua somente em caso de extrema necessidade e, ainda assim, tomando cuidados como uso de máscara e álcool em gel”, assinala. (Felipe Shikama)