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Comissão de Ética investiga três vereadores de Votorantim

02 de Abril de 2019 às 23:22
Marcel Scinocca [email protected]

Áudio denuncia bastidores da eleição da Mesa Diretora na Câmara de Votorantim Heber Martins (PDT) é um dos que responderão à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar. Crédito da foto: Aldo V. Silva / Arquivo JCS (1/1/2017)

Três vereadores da Câmara de Votorantim foram representados na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar durante a sessão ordinária desta terça-feira (2). Heber Martins (PDT), Mauro Martins Mendes (PTB) e Fabíola Alves (PSDB) responderão à comissão após a divulgação do áudio de um parlamentar, em que são discutidos supostos valores que seriam “liberados” após a eleição da Mesa Diretora da Casa.

Há também falas sobre a possibilidade de interferências em decisões judiciais, além de insultos contra vereadores. O áudio foi tema de reportagem do Cruzeiro do Sul em 24 de março.

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Conforme a Câmara, na próxima semana, os vereadores que integram a comissão deverão se reunir para elegerem o presidente e o relator para iniciarem os trabalhados. “Os parlamentares investigados serão convocados para oitivas, assim como as possíveis testemunhas relacionadas ao processo de investigação”, diz o Legislativo. Caso sejam comprovadas irregularidades durante a apuração, os vereadores poderão ser punidos com advertência pública escrita, suspensão das Comissões Permanentes, suspensão de 15 a 60 dias, sem o recebimento de subsídios, e até mesmo abertura de processo de cassação.

O caso foi oficializado pelo presidente, mas o pedido de apuração foi uma iniciativa do vereador e vice-presidente da Casa, José Cláudio Pereira, o Zelão (PT). Além do áudio, o presidente da Casa afirma que novos elementos foram recebidos e também motivaram a ação.

O vereador Heber Martins afirmou que a abertura de procedimento na Comissão de Ética “vem reforçar a linha de investigação que foi iniciada por mim e que a justiça seja feita”. “Apresentaremos elementos suficientes para se fazer justiça. O material que nós temos é robusto e vai ajudar a trazer à tona outros nomes, além dos vereadores envolvidos”, disse. O vereador afirmou ainda que vem sofrendo prejuízo com a situação, assim como a Câmara. Ele se disse chateado com o que chama de calúnia. “E assim que comprovado todas essas pessoas envolvidas, tomaremos as medidas judiciais cabíveis.”

O vereador Mauro Martins Mendes afirmou que deseja que tudo seja investigado. “Quem não deve não teme. Quero que tudo isso seja investigado a fundo. Eu não tenho nada a esconder‘, disse. Ele também defendeu que se investigue todas as ligações dos envolvidos no caso. A vereadora Fabíola Alves disse não foi notificada oficialmente e, portanto, não teve acesso ao conteúdo da abertura da comissão que envolveu seu nome. Ela acredita que está sofrendo uma perseguição por conta dos entraves durante a eleição da mesa diretora, cujos os processos ainda estão aguardando decisão judicial. (Marcel Scinocca)