Buscar no Cruzeiro

Buscar

Avião apreendido com dinheiro é de empresa que ocupa Aeroclube

02 de Julho de 2019 às 21:51
Ana Claudia Martins [email protected]

A aeronave que saiu do aeroporto de Sorocaba e foi apreendida pela Polícia Civil com mais de R$ 4,5 milhões em dinheiro após fazer um pouso forçado na cidade de Alta Floresta, no Mato Grosso, pertence ao proprietário de uma empresa chamada Space Aviation Locadora, com sede na Capital, e que possui um hangar locado na área que estava cedida para o Aeroclube de Sorocaba. A informação foi confirmada nesta terça-feira (2) pela assessoria de comunicação social da Polícia Judiciária Civil (PJC) de Cuiabá (MT). O caso ocorreu na tarde de domingo (30).

A empresa ocupa uma área de mil metros quadrados, chamado hangar 2, onde presta os serviços de hangaragem para proprietários de aeronaves há quase quatro anos. Em maio deste ano, a Justiça determinou a suspensão da reintegração de posse do hangar que estava cedido para o Aeroclube de Sorocaba, e que era locado para a empresa. Na ocasião, a Space disse que pediu que a reintegração de posse fosse suspensa por 90 dias, por conta dos compromissos assumidos e que como locatária, tem contrato de locação com prazo até julho de 2020.

O Cruzeiro do Sul tentou falar por telefone com algum responsável pela Space Aviation em Sorocaba, mas o funcionário que atendeu a ligação no hangar disse que o proprietário não estava. O jornal enviou também questionamentos para o Cenipa, que é o órgão responsável sobre investigações de acidentes aeronáuticos, mas até o fechamento desta reportagem não obteve retorno.

A Polícia Judiciária Civil disse na tarde desta terça-feira que ainda não tem muitas novidades sobre o caso porque a investigação demanda tempo e depende de informações junto a outros órgãos, além da questão do sigilo sobre o andamento da linha de apuração. “O avião está apreendido e foi periciado pelo Cenipa. Aparentemente a documentação está irregular, segundo informações preliminares da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que é o órgão federal regulador da atividade”, diz a PJC.

A PJC disse ainda que foi instaurado inquérito policial para apurar possível lavagem de dinheiro, proveniente de tráfico de drogas ou outra atividade ilícita. A PJC também afirma que o piloto do avião foi autuado em razão de não haver elementos para a prisão dele naquele momento. “O dinheiro apreendido com ele não tem origem ilícita comprovada. Segundo a versão apresentada por ele, a aeronave saiu de Sorocaba com o dinheiro, que seria para comprar ouro no Pará”, diz.

Ainda de acordo com a PJC, em pesquisa preliminar, feita na localidade, não foram identificados antecedentes criminais em relação ao piloto do avião, que é italiano. “Mas a Polícia Civil de Alta Floresta pediu levantamento pormenorizado à Diretoria de Inteligência, em Cuiabá, que conseguiu levantar que ele respondeu um inquérito no ano de 2002, na Justiça Federal. No entanto, isso não é elemento de prova para sua autuação em flagrante”, diz.

A polícia disse que o piloto não soube explicar a procedência do dinheiro, alegando posteriormente que a quantia era proveniente da venda de um avião em São Paulo, de uma sociedade com um parceiro de negócio. Como a origem do dinheiro não foi comprovada, ele foi depositado em uma conta na Justiça. (Ana Cláudia Martins)