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Aulas acontecem de forma remota durante isolamento em Sorocaba

02 de Abril de 2020 às 00:01

Aulas continuam, mas de forma remota A Unip é uma das instituições que está com seu campus fechado, mas os alunos continuam em aula, por meio de plataforma digital. Crédito da foto: Pedro Negrão / Arquivo JCS

Enquanto várias universidades públicas discutem a Educação a distância (EaD) como forma de substituir as aulas presenciais, instituições particulares de ensino superior de Sorocaba já colocam em prática alternativas de minimizar os prejuízos do conhecimento acadêmico durante o período de isolamento social por conta da pandemia do coronavírus.

A maior parte das instituições da cidade têm procurado substituir as aulas presenciais por aulas remotas, seguindo as recomendações do Ministério da Educação (MEC). A Universidade Paulista (Unip) está com seu campus fechado por tempo indeterminado, “até que a crise seja contida”, mas os alunos continuam tendo acesso à aula ao vivo, ministrada pelos professores de cada disciplina, por meio de plataforma digital.

A instituição afirma que está desempenhando todos os esforços “para manter o calendário e preservar o tempo de finalização de cada curso”. Sobre a avaliação dos estudantes, a Unip detalha que os alunos dos últimos semestres, com finalização de curso prevista para junho, devem continuar a seguir as orientações dos coordenadores de seus cursos e a prova final interdisciplinar será aplicada. Já a avaliação dos demais alunos será realizada por meio de uma prova, no final do semestre.

A Universidade de Sorocaba (Uniso) está com as atividades presenciais suspensas até o dia 7 de abril, seguindo a determinação de quarentena do governo de São Paulo, mas afirma que as disciplinas estão sendo ministradas em ambiente virtual visando garantir que o semestre letivo tenha prosseguimento.

Como as aulas estão sendo ministradas regularmente na Uniso, a instituição afirma que não haverá implicações em termos de perdas de matérias. “Então, não há motivos para pensar em atrasos no calendário acadêmico, nem tampouco no atraso da colação de grau. Os alunos que estão estudando neste semestre só colarão grau, desde que cumpridas todas as etapas previstas no curso (frequência e aproveitamento acadêmico), a partir de agosto de 2020”, informa.

A Anhanguera Educacional -- controlada pela Kroton, empresa pioneira na EaD no Brasil -- diz que a continuidade do calendário escolar está sendo garantida graças ao modelo acadêmico e à utilização de uma plataforma que já faz parte do dia a dia dos estudantes. Intitulada Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), a plataforma permite que os discentes acessem às aulas ao vivo, disponibilizando salas digitais adequadas às necessidades de cada disciplina.

No Centro Universitário Belas Artes, as disciplinas presenciais também deram espaço às remotas, seguindo as recomendações do MEC. “A adesão dos alunos tem sido de 100%. Mesmo à distância, mantivemos o calendário acadêmico, com aulas no mesmo horário, confirmação de presença, com o mesmo professor e conteúdo igual ao das aulas presenciais”, afirma a superintendente acadêmica do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, professora Josiane Maria de Freitas Tonelotto.

A modalidade a distância faz parte do portfólio de cursos ofertados pela instituição, que tem desde 2017 um campus no limite entre Sorocaba e Votorantim. No entanto, as aulas no modelo remoto, ao vivo, foram a saída encontrada para minimizar o prejuízo dos alunos que frequentam cursos presenciais. “Como vivemos na era digital e já fazemos uso de muitas ferramentas online, nossos alunos e colaboradores se adaptaram rapidamente a esse cenário, por isso, retomamos as aulas rapidamente”, destaca Tonelotto.

Já o Centro Universitário Facens afirma que capacitou entre 17 e 20 de março mais de 130 professores para o modelo virtual de aulas. Segundo a instituição, os 5 mil estudantes (graduação e pós-graduação) terão aulas online (gravadas e ao vivo), suporte irrestrito dos professores durante este período de atividades remotas e contarão, inclusive, com simuladores para algumas disciplinas práticas.

Para estudante, a maior dificuldade é de concentração

Aulas continuam, mas de forma remota Aneline ainda não se acostumou. Crédito da foot: Acervo Pessoal

Aluna do curso de Marketing da Anhanguera, Aneline Pires Amaro, de 27 anos, afirma que já estava habituada ao acesso de conteúdos virtuais, como slides, vídeo-aulas de professores convidados e livros em PDF, mas assinala que as aulas online, com toda a turma, é uma novidade na sua vida acadêmica.

Ela revela que diante da mudança repentina, em função das ações de combate à proliferação do Covid-19, não se adaptou totalmente. “Ainda não me acostumei”, afirma. Para ela, a maior dificuldade em estudar em casa é conseguir o mesmo nível de concentração de sala de aula. “Estudar sozinha é muito mais complicado para se concentrar e ter interatividade na aula. Até porque no ambiente que estamos, desvia a atenção. Ainda mais estando todos em casa”.

Aluno no penúltimo semestre do curso de Designer Gráfico da Esamc, Renan Silva, 28 anos, se preparava para passar pela produção do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e enfrentamento das temidas bancas examinadoras quando teve a rotina acadêmica alterada em virtude da pandemia do novo coronavírus. Ele conta que a instituição passou, então, a usar salas virtuais para aulas, consultorias e até mesmo banca de análise de pré-projeto. “Até o momento foi muito bom, o serviço utilizado possui até mesmo um sistema para ‘levantar a mão’ para questionar algo ou ter a vez de falar”, detalha.

Aulas continuam, mas de forma remota Renan elogia o sistema. Crédito da foto: Acervo Pessoal

Renan comenta que para algumas atividades, como desenho, a prática presencial continua sendo fundamental, mas considera válida a medida como forma de fazer o conhecimento driblar a quarentena. “Caso [o curso] fosse paralisado, eu só iria me formar, na melhor das esperanças, no ano que vem”, comenta.

Executiva de contas de uma agência publicidade, Aneline está trabalhando no sistema home office e, portanto, tem passado praticamente todo o dia diante do computador. “Minha maior dificuldade hoje é conciliar o trabalho com o estudo, pois não existe mais o momento que eu me desligo do trabalho e vou para faculdade. Estou tentando equilibrar isso”, completa. (Felipe Shikama)

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