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Atendimento centralizado da CPFL provoca filas

29 de Novembro de 2020 às 00:01
Vinicius Camargo [email protected]

Atendimento centralizado da CPFL provoca filas A concentração de pessoas ocorre após fechamento dos postos nas Casas do Cidadão. Crédito da foto: Fábio Rogério (25/11/2020)

Longas filas, demora nos atendimentos e, em alguns casos, não resolução dos problemas. Estes são alguns impasses gerados pelo fechamento dos postos da Companhia Piratininga de Força e Luz (CPFL) instalados nas Casas do Cidadão de Sorocaba, conforme apontam clientes. Agora, os atendimentos são realizados apenas na unidade da avenida General Osório, no número 1.015, na Vila Trujillo. A CPFL nega o encerramento das atividades nos locais. Não há mais funcionários da companhia para atender diretamente os consumidores. Porém, eles podem realizar diversos procedimentos por meio dos painéis de autoatendimento ainda disponíveis nas unidades, informa a companhia. A decisão de retirar os atendentes foi da própria companhia, afirmou a Prefeitura de Sorocaba.

Anteriormente, os serviços eram efetuados nas oito Casas do Cidadão da cidade. Contudo, com a concentração em um único local, a demanda aumentou, gerando os problemas elencados pelos consumidores.

A costureira Margarete Donato Mendes Pinheiro, 58 anos, mora no Jardim Simus, na zona oeste. Sem saber da mudança, na tarde de terça-feira (25), foi a pé à Casa do Cidadão do Jardim Ipiranga, que fica perto de sua residência. Margarete alugou outra residência e precisa ligar a energia no imóvel, bem como transferir a titularidade da conta de luz para o seu nome. Porém, no local, foi informada sobre o encerramento das atividades da empresa de energia. Ela, então, foi orientada a ir até o novo posto. Entretanto, chegou após às 16h, e ele já estava fechado. Por isso, a costureira retornou na tarde de ontem (25), mas não teve o problema resolvido, pois não sabia sobre a necessidade de levar um documento específico. Para ela, a medida, inadequadamente informada, gera, principalmente, transtornos de locomoção. A partir de agora, a costureira precisará ir de ônibus até a avenida General Osório, quando necessitar dos serviços da companhia. “Ficou mais longe para nós, fora a fila maior. Lá (no Jardim Ipiranga), era muito mais perto”, critica.

A solicitação de restabelecimento de energia do aposentado Edélcio Luiz Pina, 67 anos, também não foi solucionada. Na manhã de segunda-feira (23), a justificativa foi o sistema inoperante. Ele retornou por volta das 15h30 do mesmo dia e o posicionamento foi o mesmo. A atendente, conta ele, disse que, após a normalização, entraria em contato, mas não o fez. Pina igualmente não conseguiu fazer o pedido no site da companhia elétrica. Decidiu, então, retornar na manhã de terça (24), quando, finalmente, foi atendido.

O técnico em logística Wladimir Duarte de Oliveira, 49 anos, passou pela mesma situação. Para solicitar o religamento da energia de sua casa, situada no Parque Vitória Régia, Oliveira recorreu, inicialmente, à unidade da avenida Itavuvu. No entanto, assim como Margarete, foi comunicado sobre a interrupção dos serviços. O posto fica cerca de quatro quilômetros de sua casa, informa. Já para chegar à nova central, ele precisa percorrer, aproximadamente, seis quilômetros a mais. Lá, a demanda de Oliveira foi rapidamente resolvida. Porém, logisticamente, a medida inviabilizou o deslocamento de moradores da zona norte, por exemplo, para a unidade, diz. “Os bairros já não têm muitos serviços e, quando têm, eles tiram”, pontua.

A falta de informação igualmente afetou a balconista de farmácia Cristiane José Bento, 40 anos. Ela reside na Vila Assis, na zona leste, e foi à Casa do Cidadão da avenida Nogueira Padilha, para solicitar religação elétrica. É a mais próxima de sua casa. Lá, foi orientada a ir a um posto da CPFL na rua Hermelino Matarazzo, que estava fechado. Só depois tomou conhecimento do destino certo. Cristiane fez os dois trajetos iniciais andando. Mas, devido à distância até a General Osório, precisou pedir para o marido sair do trabalho e levá-la de carro.

Atendimentos

Atendimento centralizado da CPFL provoca filas O atendimento aos consumidores em um único local provoca filas e reclamações. Crédito da foto: Fábio Rogério (25/11/2020)

Os atendimentos na unidade da avenida General Osório são realizados mediante “triagem” na porta. Funcionários recebem as demandas e direcionam para o atendimento presencial, no interior da agência, ou indicam a realização do serviço no site.

O prédio da CPFL não tem estacionamento próprio e não há muitas vagas nas ruas ao redor. A opção para os motoristas é parar em um estacionamento particular. O valor é de R$ 8.

Além disso, não há demarcações no chão, para indicar a distância mínima de dois metros entre quem aguarda na fila. Isso gera aglomeração.

CPFL

Em nota, a CPFL reforçou a manutenção dos postos de autoatendimento nas Casas do Cidadão, apesar da retirada dos atendentes. “(Eles) seguem disponíveis aos clientes que podem utilizar os terminais de autoatendimento”, diz. Os terminais estão nas unidades do Paço Municipal - Prefeitura de Sorocaba, Éden, avenida Nogueira Padilha, Brigadeiro Tobias, avenida Itavuvu e Jardim Ipiranga. Em Brigadeiro Tobias, Itavuvu e Ipiranga, o sistema está em manutenção. O funcionamento deve retornar a partir do dia 1º de dezembro, afirma a companhia.

A empresa afirmou, também, que a unidade em funcionamento tem capacidade para suprir todas as demandas, tais como ligação nova, alteração de titularidade, religação, impressão de segunda via, entre outros. Indicou, ainda, a possibilidade de resolução de pendências por meio do aplicativo para celulares CPFL Energia e pelo site. Na ferramenta, é possível, por exemplo, solicitar segunda via de conta, trocar titularidade, pedir religação do serviço e enviar documentos e fotos. A segunda via das faturas também pode ser pedida via SMS. A empresa igualmente atende via WhatsApp, no número (19) 3795-1705. (Vinícius Camargo)

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