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Área ao entorno de adutora em Votorantim permanece desmatada

26 de Novembro de 2019 às 07:20
Marcel Scinocca [email protected]

Entorno de adutora permanece desmatado Na ocasião do rompimento, máquinas abriram clareiras na área de vegetação para os reparos. Crédito da foto: Fábio Rogério / Arquivo JCS (4/2/2017)

A área de vegetação e com uma nascente, onde o Serviço Autônomo de Sorocaba (Saae) realizou o conserto da adutora que se rompeu em 2017, em Votorantim, segue sem ser recuperada, passados quase três anos do ocorrido.

Para a realização do conserto, foram abertas clareiras e ampliado um caminho para se chegar ao local. Com isso, árvores foram derrubadas em vários pontos do terreno, sem que seja possível afirmar o tamanho da área degradada.

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A devastação atingiu, inclusive, vários pontos de uma área de preservação permanente, onde há um pequeno córrego. Pedras foram lançadas em vários pontos e em muitos locais é visível a demora na recuperação da vegetação em virtude do solo estar infértil.

O local ainda apresenta vários tocos de árvores que foram derrubadas e atualmente, com vários caminhões de terra, há um ponto, aparentemente, usado para manobras de veículos. Parte da curso do córrego também foi concretada.

O rompimento

As fortes chuvas que atingiram Sorocaba no final de janeiro e começo de fevereiro de 2017 provocaram o rompimento de uma das adutoras que abastecem a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Cerrado.

Situada sobre o rio Pirajibú-Mirim, um dos afluentes que formam o rio Sorocaba, a adutora de oitocentos milímetros de diâmetro rompeu devido ao deslocamento e queda do pilar de concreto que a sustentava, atingido pela força da correnteza e do volume de água do rio. A cidade ficou quase uma semana com problemas no abastecimento.

O que diz o Saae Sorocaba

A autarquia falou dos trâmites para que o serviço pudesse realizado. “Esclarecemos que quando da ocorrência do rompimento da principal adutora de água bruta que abastece o município de Sorocaba, foi declarada situação de emergência, por meio do Decreto 22.567, de 1º de fevereiro de 2017, baseado, dentre outros pontos, no parecer da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec)”, afirmou.

A instituição afirmou que para a realização “de todo o complexo trabalho no local, foi necessária a intervenção em área de preservação permanente, bem como a supressão de vegetação para permitir, inicialmente, o acesso ao local do rompimento, e posteriormente, para a efetiva realização dos trabalhos”.

A autarquia citou que “a legislação federal que dispõe sobre a preservação da vegetação nativa, Código Florestal, Lei 12651, dispensa, em situações desta natureza, a prévia autorização do órgão ambiental competente”.

Entorno de adutora permanece desmatado Quase três anos depois, parte da área de preservação permanece devastada. Crédito da foto: Fábio Rogério (18/11/2019)

O Saae não informou se recuperará a área. “Quanto à recuperação do local, por se tratar de uma área onde as adutoras fazem uma travessia aérea de grandes dimensões sobre o fundo de vale, há necessidade de manter limpa esta área para a realização de vistorias e eventuais manutenções preventivas e corretivas, visando evitar a ocorrência de novos rompimentos das adutoras”, afirmou sem mencionar os locais que estão fora da área do entorno da adutora e que foram degradados para, por exemplo, permitir que máquinas acessarem o local.

“Destacamos ainda que a autarquia realiza, rotineiramente, vistorias no local para avaliação e prevenção, e sempre que detecta alguma anormalidade na região realiza trabalhos no entorno das adutoras, para que novos acidentes sejam evitados”, comenta.

“Lembramos ainda que há cerca de dois meses o Saae/Sorocaba substituiu, no mesmo local, um trecho da adutora de aço, devido a pontos de deterioração detectados, e que nenhuma intervenção de canalização de córrego ocorreu no local. O que a autarquia procedeu foi a implantação de muro de ala junto ao córrego”, relatou. (Marcel Scinocca)

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