A celebração da vida
A peça rendeu o prêmio de melhor ator, na Argentina, para Sérgio Novo. Crédito da foto: Samira Galli / Saga / Divulgação
A companhia portuguesa Asta Teatro apresentou gratuitamente o espetáculo “Paradjanov — a celebração da vida”, na última sexta-feira, dia 12, no Teatro Municipal Teotônio Vilela. Com dramaturgia e direção de Pati Domenech, a peça foi baseada na história de vida de Sergei Paradjanov, cineasta armênio e artista da União Soviética, considerado um dos mais importantes do século 20.
Com uma abordagem pouco ortodoxa do cinema, assim como uma personalidade e estilo de vida extravagantes, comportamento controverso e bissexualidade -- não bem vistos pelos oficiais soviéticos -- Paradjanov foi levado à prisão na década de 1970, época em que também trabalhou em campos de trabalho forçado. Mesmo assim, seu espírito criativo não foi sufocado; pelo contrário, encontrou as mais variadas formas de expressão por meio de desenhos, colagens e escritos. Nesse período, ele escreve mais de vinte roteiros de filmes, mas consegue retomar a carreira apenas em meados dos anos 80. “Paradjanov integra o que consideramos de ‘surrealismo tardio’. Consideravam que sua forma de ver o mundo, a forma como criava sua arte era contra o regime soviético. Ele era sempre contestado por colocar as pessoas a pensar”, destacou o ator Sérgio Novo, que dá vida a Paradjanov nos palcos.
Natural de Covilhã, a 280 quilômetros de Lisboa, o grupo Asta prima pelo intercâmbio cultural e já rodou a Europa com o espetáculo. Para comemorar os 20 anos de carreira, o grupo retornou ao Brasil, após a temporada de 2008, e ainda segue na América Latina. No dia 15, inclusive, a companhia covilhense recebeu três prêmios no 14º Festival Ibero Americano Mar del Plata, na Argentina: melhor monólogo da categoria drama; melhor ator, para Sérgio Novo; e melhor diretor para Pati Domenech. Sérgio Novo ainda participou de um bate-papo com a plateia após a apresentação, contando todo o processo criativo. “A arte é, sobretudo, uma forma que podemos sentir de expressar a identidade do nosso país, do nosso povo. A arte promove o pensamento, o raciocínio, promove a capacidade de pensar um futuro melhor”, finalizou o ator.
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