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Valorizando a vida

01 de Setembro de 2018 às 08:14

Durante o mês de setembro veremos espaços públicos ou privados decorados ou com iluminação na cor amarela. Assim como o Outubro Rosa é uma campanha mundial que foi criada para estimular a população a buscar o controle do câncer de mama e o Novembro Azul foi escolhido para a campanha de conscientização a respeito do câncer de próstata, desde 2003 o dia 10 de setembro passou a ser o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. O objetivo é concentrar ações e eventos no Setembro Amarelo abrindo espaço para debates sobre o tema e alertar a população sobre a importância de discutir o assunto.

Esse tipo de ocorrência se transformou em um problema de saúde pública no Brasil e tem aumentado o número de casos envolvendo jovens. O Ministério da Saúde, por conta das ações do Setembro Amarelo, lança uma agenda estratégica, com a meta de reduzir em 10% as ocorrências até 2020. O Brasil é signatário do Plano de Ação em Saúde Mental lançado em 2013 pela Organização Mundial de Saúde.

Na linha de frente dessa luta temos atuando quase todos os Estados brasileiros o Centro de Valorização da Vida (CVV), que tem ação particularmente dinâmica em Sorocaba. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos que presta atendimento gratuito e anônimo para quem precisa, principalmente pessoas que se sintam sozinhas ou estejam em estado de depressão que são atendidas por voluntários treinados. A entidade filantrópica foi fundada em São Paulo em 1962 e cresceu rapidamente, espalhando núcleos por praticamente todos os Estados brasileiros. A ideia de formar a entidade partiu de um grupo de jovens idealistas, ansiosos por fazer algo para o próximo. Estavam sensibilizados com o noticiário dos jornais da época que indicavam que o Estado de São Paulo registrava grande número de pessoas que poderiam ser demovidas de tirar a própria vida.

Hoje o CVV atende pessoas que o procuram pelo telefone 188, um número nacional que não tem custo de ligação, ou pelo site www.cvv.org.br, por chat ou e-mail. Por esses canais são realizados cerca de 2 milhões de atendimentos anuais por aproximadamente 2.400 voluntários que trabalham em 19 Estados de Federação e no Distrito Federal. É através dos núcleos espalhados por todo o País que o CVV presta serviço gratuito de apoio emocional oferecido às pessoas que precisam conversar sobre seus problemas, suas dores e dificuldades.

O núcleo de Sorocaba foi fundado em 1983. Desde o início recebeu apoio da Fundação Ubaldino do Amaral (FUA), mantenedora do jornal Cruzeiro do Sul, e desde essa época vem prestando serviços inestimáveis para a comunidade. A unidade local recebe milhares de ligações mensais e aproximadamente 500 e-mails por semana. Desde o último dia 31 de junho todo o país faz parte de uma rede de apoio à entidade por meio do telefone exclusivo 188, que possibilita a realização de ligações gratuitas, de linha fixa ou móvel, para o atendimento das pessoas que precisam de apoio. O núcleo do CVV de Sorocaba, conforme revelou a reportagem publicada ontem, conta com 93 voluntários, mas como a demanda é grande, há sempre necessidade do auxílio de novos voluntários.

Todos os interessados que procuram a entidade com o objetivo de dedicar algumas horas por semana para atendimento, passam por cursos periódicos, criados para dar capacitação técnica aos voluntários. São cursos presenciais realizados na sede da própria entidade. Para se tornar voluntária a pessoa precisa ter idade mínima de 18 anos e disponibilidade de quatro horas semanais para se dedicar ao plantão de atendimento. O treinamento é composto por aulas teóricas e práticas.

O trabalho do CVV, com seus voluntários ouvindo compreensivamente e respeitando a privacidade de quem os procura, é um exemplo concreto de valorização da dignidade humana.