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Tem que manter isso, viu?

13 de Janeiro de 2019 às 11:16

A inflação oficial de 2018 fica em 3,75%, abaixo da meta do Banco Central de 4,5%. A inflação de 2017 não chegou a 3%, foi de 2,95%. Os números oficiais não são aqueles sentidos pelos assalariados, mas não ficam muito distantes em reajustes dos salários, aluguel e mesmo da cesta básica. A energia elétrica foi o grande disparate, 5 vezes mais, aprovada no fechar das cortinas do ano passado. Números respeitáveis mesmo com esse último que intriga.

A maior safra agrícola, recorde de 242 milhões de toneladas em 2017, quase um terço maior que em 2016, com uma grande ajuda de São Pedro e dos modernos empreendimentos rurais pelo Brasil afora, teve um leve diminuída em 2018 -- caiu para 238 milhões de toneladas -- mas promete já em 2019 crescer 3,5% ou acima.

A produção de automóveis no ano passado cresceu 14% sobre 2017. Chegamos a dezembro e o comércio de lojas, com as vendas de Natal, uma euforia: 5,5% de aumento somente nos shopping centers pelo Brasil.

Tudo isso num ano em que tivemos, como nunca antes na história deste país, uma grande greve de transportes por caminhões que, até hoje, é apontada como um marco que inibiu um crescimento maior da economia. Uma greve que, pouco se comenta, foi devida em grande parte a um descompasso entre oferta de muitos caminhoneiros e pouca demanda de frete. Em anos anteriores, com políticas populistas que procurou favorecer ao setor das montadoras de veículos, incentivou-se, inflou-se a aquisição de caminhões novos com crédito barato e a perder de vista, sem se importar com a real necessidade do transporte terrestre. Acrescente-se um diesel caro para pagar as contas vazias da Petrobras e deu no que deu. Efeitos, até hoje. Ou seja, poderíamos ter ainda melhores números.

Chega-se a 2019 e os primeiros índices de desemprego começam a mostrar mais um declínio ainda em 2018: queda de 0,5% no final de ano. Tímida, mas é uma queda constante que tende a cair a médio prazo.

Tem que manter isso, viu?

A frase dita pelo ex-presidente Temer ao ex-rei do gado em bifes, sabe-se lá quão tarde da noite em 2018, numa visita não oficial ao Palácio do Jaburu, com entrada disfarçada pelo subsolo, cabe hoje como nunca, de forma positiva, ao novo governo que chega a Brasília.

Pode-se dizer o que quiser, como bem foi dito pelo voto de rejeição da população ao ex-ministro Meirelles. Porém, hoje, a economia brasileira mostra um trabalho de recuperação que começou há dois anos com o agora secretário estadual da Fazenda de Doria.

Se antes -- ainda nos tempos da sucedânea senhora daquele que se autoproclamava como a criatura mais honesta do mundo e hoje está na cadeia -- muitos achavam que o fundo do poço era falso e havia ainda lodo mais para submergir, como de fato aconteceu com mais de 50 milhões de brasileiros oficialmente fora do mercado formal de trabalho desde 2017, com um trabalho sério e competente, o grande transatlântico brasileiro conseguiu manobrar, lentamente, ao seu rumo e aprumo, novamente. Steady as she goes, diria o comandante. Firme, à medida que vai.

A grande ironia é que a economia de um país tem seu próprio ritmo e pode sempre privilegiar politicamente um sucessor. FHC preparou uma economia destrambelhada para si mesmo. E levou. Continuou a melhorar a economia e o aumento de renda per capita dos brasileiros, e levou novamente a coroação com seu segundo mandato. Continuou a manter a economia sólida e iniciou os programas sociais que perduram até hoje. E perdeu.

Entregou uma pista perfeita para que o avião do pt levantasse voo pelos próximos 14 anos até que a nomenklatura do partido e seus ministros quebrassem a nação. Como nunca antes na história deste País. Temer assumiu, fez política de porões e de malas de dinheiro e se complicou. Meirelles fez ajustes com seriedade na economia e não colheu a safra que lhe caberia de direito.

Paulo Guedes herda essa safra. Uma economia em plena aceleração, ainda freada, pronta para voar. Todos os primeiros indícios mostram que basta seguir o que estava sendo feito e não atrapalhar a iniciativa privada. O otimismo está no ar. E os investimentos estrangeiros ainda não começaram a voltar.

Em Sorocaba, os empresários locais e internacionais, querem trabalhar. E lucrar, o que lhes é de direito. Mostram isso em contratações, em investimentos

Isso vale muito. Bolsa de Valores batendo recordes acima de 94 mil pontos. Privatizações à vista. Dólar abaixando tanto quanto o preço do combustível nas bombas. Um novo parlamento com muita gente querendo fazer a coisa certa mesmo que ela não seja popular.

Entre mensagens trocadas de uma equipe que está se conhecendo, cabeças batendo, desmentindo desmentidos, pouco importa, apenas uma voz única vale: a do cidadão que apenas quer trabalhar. E estudar. E crescer. E, se for possível, resgatar sua autoestima.

Todos os indícios estão aí. Estão todos aí.