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Sinais de recomeço

27 de Agosto de 2020 às 00:01

Há uma semana, notícia divulgada pelo Ministério da Economia trouxe um pouco mais esperança para muitos brasileiros.

De acordo com levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Brasil voltou a gerar empregos com carteira assinada no mês de julho, quando as contratações superaram as demissões em 131 mil vagas.

De acordo com dados oficiais do governo, esse foi o melhor desempenho para o mês de julho desde 2012, quando foram contratadas 142 mil pessoas.

O resultado da pesquisa só deveria ser divulgado hoje (27), mas foi antecipado pelo governo diante do resultado altamente positivo.

Essa evolução considerada bastante oportuna ocorre quatro meses depois da queda brusca de empregos registrada por conta da política de isolamento social, quando o comércio, a indústria e o setor de serviços precisaram fechar as portas para impedir que a propagação da pandemia ganhasse mais velocidade.

A freada em todos os setores da economia, a partir do final do mês de março, foi forte.

Empresas que não tinham estrutura para deixar seus funcionários em casa como férias coletivas e home office, nem utilizar as alternativas apresentadas pelo governo, com a redução de salários, precisaram demitir seus funcionários, provocando uma grande onda de insegurança.

O mercado já esperava uma reação nos empregos no mês de julho, só que o resultado foi melhor do que o projetado.

A estimativa era de que haveria um saldo positivo de, no máximo, 25 mil empregos e já seria uma reação positiva diante do quadro atual.

Calcula-se que nos sete primeiros meses do ano, como reflexo direto da pandemia, as demissões superaram as contratações no Brasil em 1,092 milhão de empregos com carteira assinada.

E a queda no número de empregos formais não foi uma particularidade brasileira, aconteceu na maioria dos países e está empurrando a economia mundial para uma forte recessão.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, comemorou o resultado do mês de julho e diz que a criação de vagas recoloca o País no ritmo de criação de empregos, o que confirma também a hipótese de trabalho de que o Brasil iria cair menos que era previsto pelo mercado.

O ministro reforçou que o resultado de julho foi decorrência de 1.043.650 admissões pelo mercado de trabalho e 912.640 demissões e que ele lembra dados sobre consumo, que obedece a um padrão semelhante e que o desempenho do Caged pode ser um sinal de que a economia brasileira poderá mesmo ter uma recuperação em “V”.

O presidente Jair Bolsonaro também comemorou o resultado, lembrando em uma mensagem no Twitter que o grande destaque foi a indústria de transformação, em especial a fabricação de produtos alimentícios e a construção civil.

“É o Brasil voltando à normalidade”, escreveu. Na avaliação de técnicos do governo, o mercado de trabalho deverá continuar crescendo nos próximos meses. O resultado positivo de julho teria sido o primeiro de muitos.

E o governo federal confirmou que manterá o programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda por mais dois meses.

Foram celebrados 16 milhões de acordos no programa que permite a suspensão de contratos ou a redução de salários e jornada de trabalho e com isso evita demissões.

As contratações no mês de julho foram puxadas principalmente pelo setor industrial que contratou 53.590 pessoas a mais do que demitiu.

O setor da construção civil também teve resultado positivo, com a contratação de quase 42 mil pessoas a mais do que demitiu.

No comércio a reação foi menor, mas o saldo de contratações foi positivo pela primeira vez desde o mês de março.

Os resultados foram bons em praticamente todos os Estados brasileiros com a abertura de vagas.

O melhor resultado foi o de São Paulo com a abertura de 22.967 postos de trabalho e a pior situação foi de Sergipe, que registrou o fechamento de 804 vagas no mês de julho.

A criação de empregos também foi positiva em Sorocaba.

Segundo os números do Caged, as empresas instaladas na cidade voltaram a contratar após quatro meses.

No mês passado o município teve 4.211 admissões e 4.110 desligamentos, o que resultou em um saldo positivo de 101 novas colocações com carteira assinada.

O comércio puxou as contratações e o pior setor continua sendo o de serviços.

A esperança é que o reaquecimento da economia que começou mesmo que timidamente em julho se consolide e que marque o início de um novo período de prosperidade e crescimento.