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O lento retorno à normalidade

05 de Junho de 2020 às 00:01

Por meio de um decreto, a Prefeitura de Sorocaba determinou o retorno do atendimento ao público nas repartições municipais que estavam suspensos havia mais de dois meses por conta das medidas preventivas contra a pandemia da Covid-19.

A abertura dos diversos serviços oferecidos pelo município, autarquia e empresa pública segue as diretrizes da fase 2 do Plano São Paulo de retomada das atividades dos setores produtivos coordenado pelo governo estadual. Os servidores começaram a retornar ao trabalho na última quarta-feira de forma integral, com exceção daqueles que pertencem a grupos de risco, que continuam em casa e fazendo eventualmente trabalho remoto.

Algumas unidades das Casas do Cidadão, praticamente um posto avançado nos bairros da administração municipal, onde o munícipe pode resolver questões relacionadas ao poder público municipal sem precisar se dirigir ao Palácio dos Tropeiros, também voltaram ao trabalho com restrições. O órgão usa o critério do final da numeração do CPF para atendimento ao longo da semana.

Assim como ocorreu no comércio da região central, no primeiro dia de abertura das repartições foi relativamente grande o movimento, pois muitas pessoas tinham dúvidas a sanar e que não conseguiam tirar usando meios eletrônicos. Também compareceram vários idosos com problemas pendentes, apesar da recomendação para pessoas com mais idade permanecerem em casa neste período.

O maior problema para os idosos é justamente a falta de habilidade e conhecimento para o uso de smartphones e computadores, por meio dos quais poderiam resolver alguns problemas. No Paço Municipal, que concentra muitos serviços, uma profissional do setor de saúde recepcionava os que chegavam e aferia a temperatura corporal com um termômetro infravermelho antes de chegar ao balcão de informações.

O Saae igualmente voltou a abrir o atendimento ao público, tanto em sua sede como nas Casas do Cidadão, com funcionários devidamente equipados com máscara e escudo facial de acrílico. Houve bastante procura pelos serviços da autarquia e uma fila chegou a ser formada em frente ao prédio, sendo necessária a presença de funcionário para orientação. O mesmo ocorreu no Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT), repartição bastante procurada por pessoas em busca de vagas de trabalho e informações.

O Procon também voltou a atender presencialmente, também adotando critérios para evitar a concentração de pessoas em suas dependências e a Urbes reabriu para atendimento público, tanto em sua sede, no Campolim, como na sede operacional, no bairro Barcelona, como na Central de Atendimento do Terminal São Paulo. Os horários também são limitados.

Com o retorno já é possível requerer credencial para estacionamento em vaga preferencial, emissão de cartões para o transporte coletivo, cadastramentos, entre outros. Mas os prazos de processos e procedimentos dos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito continuam suspensos.

Como a pandemia do novo coronavírus ainda está presente, inclusive com aumento de casos em várias regiões do Estado, o retorno das atividades tem que obedecer a uma série de protocolos com o objetivo de evitar a disseminação da doença.

Na última terça-feira, véspera da reabertura dos serviços municipais, a Prefeitura publicou no jornal Município de Sorocaba, instrução que regulamenta procedimentos e normas de segurança do trabalho, como o uso obrigatório de máscaras de proteção, protetor facial, demarcação de distanciamento nas filas e entre as estações de trabalho e alternância das poltronas que podem ser utilizadas. Também é necessário deixar álcool em gel à disposição e portas e janelas abertas. Os funcionários receberam treinamento para o uso correto dos equipamentos de proteção.

Apesar de todas essas medidas adotadas, certamente há funcionários temerosos em trabalhar com público em meio à pandemia depois de ficar quase dois meses em casa, realizando trabalho a distância. O maior temor, além de comprometer a própria saúde, é a possibilidade de se transformar em vetor da Covid-19 para familiares que ficam na residência, principalmente pessoas idosas.

Mas o brasileiro terá que conviver com esse temor por um bom tempo, pelo menos enquanto não for descoberta uma vacina ou medicamentos eficazes para combater a doença. As normas de higiene e segurança, o distanciamento entre pessoas, espaçamento nas filas, comportamentos ainda estranhos para muita gente, terão que ser incorporados aos nossos hábitos e passarão a fazer parte do nosso cotidiano.