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Medidas apropriadas

17 de Março de 2020 às 00:01

Diante do rápido avanço do novo coronavírus no Brasil e no mundo, com medidas de proteção sendo tomadas em todo o País, principalmente o incentivo ao isolamento social temporário, o Ministério da Saúde anunciou a antecipação da campanha de vacinação contra a gripe (influenza) deste ano.

A campanha nacional de vacinação, que começaria na segunda quinzena de abril, período bem próximo ao início do inverno, como ocorre todos os anos, foi antecipada para o próximo dia 23 de março, tendo em vista os problemas na área da saúde que vieram à tona com a pandemia de Covid-19.

A vacinação contra a gripe é considerada fundamental para não sobrecarregar a rede de atendimento, facilitar o diagnóstico de Covid-19 e evitar casos em que o novo vírus em circulação contamine pessoas já debilitadas pela gripe.

De acordo com informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, quanto menos pessoas ficarem gripadas, melhor, pois servirá para evitar sobrecarga do sistema hospitalar durante a pandemia de Covid-19. Assim como no caso do novo coronavírus, as pessoas idosas ou fragilizadas por conta de outras doenças são as mais vulneráveis.

A maioria dos casos de gripe é leve, mas os mais graves exigem internação e este ano a previsão é de que os hospitais estejam cheios, por conta da outra doença. A vacina contra influenza é considerada bastante eficiente e essa tem sido uma estratégia muito elogiada para evitar sobrecarga em unidades de saúde e hospitais.

A vacinação tem outras vantagens, entre elas facilitar o diagnóstico, pois se um paciente apresenta sintomas compatíveis de infecção pelo coronavírus, mas também de gripe, o fato de ter tomado previamente a vacina da gripe é muito provável que tenha Covid-19.

Embora a gripe muitas vezes seja encarada como uma doença banal, que muitas pessoas pegam uma ou mais vezes por ano, ela é extremamente perigosa se o paciente estiver debilitado. O MS mantém um sistema de vigilância da influenza no Brasil.

Este ano, de janeiro a 29 de fevereiro, o MS registrou 90 casos de influenza A (H1N1) no Brasil, com seis mortes. O Estado de São Paulo concentrou o maior número de casos, com 28 notificações. O Instituto Butantan, de São Paulo, antecipou a produção da vacina e está produzindo 75 milhões de doses que previne contra três tipos de influenza que mais circularam no ano passado.

Caberá às autoridades da Saúde montar agora um esquema de vacinação dos idosos de tal maneira que não ocorram aglomerações de idosos nas unidades de saúde, o que seria extremamente contraproducente, pois os colocaria em um ambiente propício à contaminação, tanto da influenza como do coronavírus.

E é importante que todos tomem a vacina quando a campanha começar. A prioridade este ano é para os idosos.

Outra medida, esta que atinge diretamente os sorocabanos, é a volta do programa Médico da Família da Secretaria de Saúde do município.

Esse programa já existia, funcionou de 1999 a 2014 e voltou a funcionar no último dia 12 e até então, a cidade contava apenas com o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) que passará a funcionar em conjunto com o Médico da Família.

O SAD atende cerca de 700 pacientes e o foco principal são pessoas com pós-internação, pacientes que realizaram instalação de novos dispositivos, como sondas e que tiveram AVC recentemente.

Atende também pacientes oncológicos e em recuperação pós-cirúrgica. Quando a primeira edição do programa Médico da Família foi implantada, a cidade se tornou uma referência em assistência aos acamados do Brasil.

Para ter acesso ao novo programa, os parentes dos doentes podem fazer inscrição pelo telefone 156 ou diretamente nas unidades de saúde do município, UPHs, UBSs, PAs e hospitais.

A equipe do programa é composta por dez médicos, cinco enfermeiros, 15 técnicos de enfermagem, assistentes sociais, dentista, fisioterapeutas, psicólogo e terapeuta ocupacional, além do pessoal de apoio.

Esse tipo de atendimento traz vantagens importantes, principalmente neste momento de pandemia. A ampliação do atendimento do Médico da Família acontecerá gradativamente, segundo os protocolos e com o objetivo de fortalecer o atendimento domiciliar.

Ele facilita a desospitalização, liberando vagas para as pessoas com Covid-19 que certamente precisarão ser internadas e evitará que idosos, pessoas com saúde delicada e acamados -- que foram o principal grupo de risco para o novo coronavírus -- precisem se deslocar até unidades de saúde para receber atenção médica.