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Luz no fim do túnel

08 de Abril de 2020 às 00:01

O assunto mais comentado nas últimas semanas em todo o planeta, tanto nos jornais, noticiários de rádio, TV e redes sociais é a pandemia causada pelo novo coronavírus. E não podia ser diferente.

Não se tem notícia que em algum período da história, comprovadamente metade da população mundial -- mais de 3,7 bilhões de pessoas -- foi obrigada a ficar em casa, em alguns países de maneira compulsória.

Nesta semana, a complicação do estado de saúde do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, que testou positivo para o coronavírus há onze dias se complicou e ele deu entrada em uma unidade de cuidados intensivos (UTI).

Foi o primeiro chefe de governo que tem problemas mais graves com a Covid-19 e esse parece ser um marco na trajetória da epidemia, com uma demonstração de que a doença pode atingir tanto pessoas do povo como ilustres mandatários, que têm a seu alcance os melhores e mais sofisticados tratamentos de saúde possíveis.

Mas os mesmos telejornais e jornais impressos que trazem a notícia do agravamento do estado de saúde do político britânico, trazem também muitas informações positivas com relação à epidemia.

Países do sul da Europa, os mais afetados pela pandemia assim que ela deixou de afetar somente a China, começaram a registrar menos doentes e menos mortos por dia, o que pode indicar que o pico da doença já está passando naquela região e a tendência é a queda no número de doentes.

Na Espanha, por exemplo, conseguiu reduzir pelo quarto dia consecutivo o número de mortes por coronavírus, o que aumenta a esperança de que o país está no caminho para conter a pandemia.

A Espanha teve até agora mais de 135 mil casos de Covid-19 e mantém grande número de internados em hospitais convencionais e de emergência. Mas ao mesmo tempo, ficamos sabendo que 40 mil já receberam alta dos hospitais, o que representa 30% dos casos confirmados e a tendência desse número é crescer mais nos próximos dias.

Queda no número de doentes e de mortos está acontecendo também na França e Itália, outros dois países fortemente afetados pelo coronavírus, uma boa notícia para todos. Agora o epicentro da pandemia está nos Estados Unidos, que já ultrapassou os 200 mil casos.

A divulgação diária de número de contaminados, internados e mortos afeta a todos. Embora a Covid-19 seja uma doença grave, de alto risco e que é preciso tomar todas as medidas possíveis para evitá-la, adotando principalmente medidas de isolamento social, é importante também saber que mais de 85% das pessoas sequer percebem que contraíram a doença.

A maioria das pessoas diagnosticadas com Covid-19 apresenta sintomas leves, a ponto de muitas vezes não conseguir identificar o problema.

Isso acontece, segundo os profissionais de saúde, porque o nosso corpo percebe a entrada do vírus e produz anticorpos.

As pessoas que têm sintomas mais graves relatam falta de ar, cansaço, fraqueza, febre, dores de cabeça e tosse seca antes de se recuperar da doença.

A universidade norte-americana John Hopkins tem trabalhado com informações e dados da pandemia. Acompanha diariamente todos os números com fontes oficiais para elaborar estatísticas que ajudam aqueles que trabalham no combate à epidemia.

Na última quinta-feira a instituição divulgou levantamento global de casos e revelou que mais de 200 mil pessoas já se curaram no mundo em meio à pandemia do novo coronavírus.

A China, onde o vírus surgiu no final de dezembro do ano passado, é recordista em números de cura, com mais de 76 mil pacientes recuperados.

Em seguida aparece a Espanha, onde agora o número de casos também começa a diminuir. Até o dia 2 de abril aproximadamente 27 mil pessoas foram curadas.

Na sequência estão a Alemanha, com mais de 19 mil curados e a Itália, com 16 pessoas que se recuperaram da doença.

Em Sorocaba, como mostrou reportagem publicada pelo Cruzeiro, temos pelo menos 17 pacientes recuperados após a confirmação de coronavírus.

A quantidade de pessoas que foram contaminadas, não apresentaram sintomas e hoje estão imunes deve ser muito grande, mas é impossível quantificar.

Nas últimas semanas têm surgido pesquisas científicas, inclusive de brasileiros, que poderão resultar em novas terapias que auxiliarão no combate à Covid-19.

Desde a última segunda-feira, médicos brasileiros começaram a usar plasma de pessoas que já tiveram a doença em experimentos.

A esperança é que pode estar no sangue dessas pessoas o caminho para a cura, utilizando anticorpos criados pelo próprio organismo.

O objetivo é transferir os anticorpos para doentes internados em estado grave para tentar a recuperação. Vários institutos estão pesquisando os efeitos da hidroxicloroquina na cura da Covid-19 e nos últimos dias, cientistas da Fiocruz publicaram estudo sobre os efeitos do Atazanavir, usado no tratamento de pacientes com HIV e seus efeitos sobre o coronavírus.

Os resultados são altamente promissores. Como se pode perceber, não são somente más notícias com relação à epidemia.

Além do número cada vez maior de pessoas curadas, a ciência avança rapidamente para tratar dos doentes, enquanto a vacina não vem.