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Índices de criminalidade

05 de Fevereiro de 2020 às 00:01

Estatísticas elaboradas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo mostram que houve redução nos índices de homicídios, estupros, roubos e furtos em Sorocaba durante o ano de 2019 em relação ao ano anterior, apesar do aumento do número de boletins de ocorrência (BOs) no mesmo período.

De acordo com esses dados, foram registrados 96 homicídios na cidade, sendo 47 dolosos e 49 culposos, estes últimos são resultado principalmente de acidente de trânsito.

Também foram registrados durante o ano 189 estupros (150 de vulneráveis), 2.305 roubos (377 de veículos) e 8.191 furtos (1.303 de veículos).

Esses números são menores do que os registrados em 2018, quando ocorreram 109 homicídios (50 dolosos), 200 estupros, 3.006 roubos e 9.572 furtos.

Entre um ano e outro, ainda segundo as estatísticas da SSP-SP o único índice que teve aumento foi o de lesões corporais que de 2.664 em 2018 subiu para 2.819 no ano passado.

No âmbito estadual, as notícias na área de segurança também são positivas. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que o Estado de São Paulo tem a menor taxa de homicídios de todo o país, além de apresentar a maior redução nesta modalidade de crime entre 2007 e 2017, com base no Atlas da Violência, que pesquisa indicadores de violência em todas as unidades da federação em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Esse trabalho mostra que São Paulo registrou queda de 33,5% na taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes entre 2007 e 2017, o menor do país.

Nesse mesmo período, a média brasileira teve aumento de 24% chegando a 31,6 por 100 mil habitantes em 2017.

Levantamentos mais recentes atualizaram esses dados e mostram que a taxa de homicídios do Estado, com base nos registros da SSP-SP foi de 6,54 por 100 mil habitantes de maio de 2018 a abril de 2019, o índice mais baixo desde que esse tipo de levantamento começou a ser feito, em 2001.

Há alguns detalhes importantes nessa pesquisa, pois foi o Estado que mais reduziu o número de homicídios de pessoas entre 15 e 29 anos (35,7% em dez anos) e redução expressiva nos casos de homicídios de pessoas negras no mesmo período, de 40,7%, também a maior do país, o mesmo acontecendo com a taxa de homicídios de mulheres.

Nesta época em que o feminicídio ganha espaço nos meios de comunicação, o Estado registrou 2,2 casos por 100 mil habitantes em 2017, ante 2,8 por 100 mil em 2007, uma queda de 22,5%.

De uma maneira geral, os institutos especializados têm registrado uma queda na criminalidade, principalmente nos homicídios, em todo o País. Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública nos 26 Estados e Distrito Federal mostram que houve uma queda de 22% no número de mortes violentas nos nove primeiros meses de 2019, em relação ao mesmo período de 2018 -- o último dado disponível no momento.

Houve queda em praticamente todas as unidades da federação. Mas o número de mortes ainda é extremamente alto. São quase cinco mortes em média a cada hora. No ano passado, no período pesquisado (janeiro a setembro) tivemos quase 31 mil assassinatos.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirma que a queda no número de mortes violentas no país foi resultado de esforços dos governos locais e do governo federal. Ele lembrou recordes de apreensão de drogas e transferência de chefes de facções criminosas para presídios federais como medidas que surtiram efeito na queda da criminalidade.

O ministro lembra que o governo iniciou uma política de tentar retomar o controle de alguns presídios do país, hoje dominados por facções criminosas, verdadeiras bombas-relógio que podem desencadear violência a qualquer momento.

Essa situação mais confortável do Estado de São Paulo ou de Sorocaba em relação a grande parte do País, não quer dizer que estamos livres da violência, dos homicídios, furtos e roubos. O noticiário policial está aí para mostrar que ainda há muito para evoluir e que temos indicadores preocupantes.

O tráfico de drogas que se espalhou por todo o país, atingindo até as pequenas comunidades, é atuante no município e é um fator que desencadeia violência. Também é preocupante a existência de bairros com índices de violência muito superiores aos demais e indícios de que o crime organizado escolheu a região para uma série de negócios escusos.

A apreensão de grandes quantidades de drogas, a localização de depósitos gigantescos de cigarros contrabandeados e duas fábricas de cigarros em municípios da Região Metropolitana de Sorocaba indicam que organizações criminosas muito bem estruturadas agem na região. Números positivos não podem levar os responsáveis pela segurança pública a baixar a guarda.