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Hospital ou Policlínica?

08 de Agosto de 2020 às 00:01

Nos últimos dias, criou-se uma polêmica sobre futuras unidades de saúde do município, com debates acalorados sobre propostas apresentadas.

Desde a chegada da pandemia da Covid-19, temas relacionados à saúde despertam paixões e a cada dia surgem novas propostas e ideias sobre como melhor atender a população fragilizada diante de uma doença que ainda não tem medicamentos apropriados e as vacinas ainda se encontram em fase de testes.

Até pouco tempo atrás, tinha-se como certo que a Prefeitura de Sorocaba planejava construir um hospital municipal em área próxima ao antigo Matadouro Municipal, edificação em ruínas, mas que pelo seu valor como memória, foi tombada pelo Patrimônio Histórico.

No último sábado, dia 1º de agosto, este jornal publicou reportagem informando que a Prefeitura de Sorocaba havia desistido de instalar o hospital municipal em imóvel da avenida Ipanema que, no passado, foi garagem da empresa de ônibus TCS e que já abriga alguns serviços da Secretaria da Saúde.

As informações, como lembrou a reportagem, foram baseadas em informações da própria Prefeitura e em ata do Conselho Municipal de Saúde (CMS). Em um documento, o titular da Secretaria de Governo pede à Secretaria da Saúde que providencie uma manifestação do CMS sobre a mudança de planos, ou seja, o hospital municipal seria instalado em outro local e as instalações da avenida Ipanema seriam alugadas para a empresa BRT, gerando receita para o município.

A mudança foi aprovada em votação pelos membros do CMS. Pelo que ficou entendido, o futuro hospital municipal seria erguido em área próxima ao antigo Matadouro localizada no final da avenida Paes Linhares, bem próximo ao rio Sorocaba.

Na última terça-feira (4), entretanto, a prefeita Jaqueline Coutinho (PSL) afirmou em uma rede social que não seria construído um novo hospital, mas que a cidade teria uma nova Policlínica Municipal a ser construída nas antigas instalações da garagem da TCS, na avenida Ipanema.

A prefeita disse no vídeo que foram divulgadas informações deturpadas e que na realidade a cidade vai ganhar uma Policlínica em área de mais de 20 mil metros quadrados.

Lembrou que há uma emenda impositiva do deputado federal e ex-prefeito Vitor Lippi (PSDB) na Câmara Federal, garantindo parte dos recursos para que a Prefeitura possa iniciar a construção.

Mas na última quinta-feira, por meio de nota, a Prefeitura esclareceu que a área da rua Paes Linhares, no Jardim Brasilândia, ao lado do Matadouro, está reservada para a construção do futuro hospital municipal e que em parte da área da antiga garagem será construída a nova Policlínica, uma vez que a atual, localizada no bairro de Santa Rosália, onde funcionou anos atrás o Hospital São Severino, necessita de reforma e melhorias.

Pela informação, a nova Policlínica vai ocupar apenas parte do espaço do imóvel da avenida Ipanema. A outra parte será utilizada como garagem para os ônibus do BRT.

A construção de um hospital municipal é um tema recorrente sempre que se aproximam as eleições municipais. E este ano, com o pleito sendo realizado ainda durante a pandemia, assuntos relacionados à saúde, propostas de construção de novos equipamentos para atender a população certamente farão parte dos programas de todos os candidatos.

A construção de um hospital municipal fez parte, no passado, da plataforma de vários candidatos. O ex-prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) tinha noção do impacto da manutenção de um hospital nos cofres da Prefeitura e propôs um novo hospital público, uma forma de dividir os custos com o governo estadual ou criando uma parceria público-privada (PPP).

Mesmo assim, com seu governo sendo atingido em cheio pela crise econômica de 2015/2016, não teve condições de dar prosseguimento ao projeto, embora tenha conseguido comprar o imóvel que foi garagem da TCS.

O debate, entretanto, é prematuro. É importante lembrar que a construção da Policlínica em novo local e do novo hospital só ocorrerão por determinação de Jaqueline Coutinho, se ela for reeleita.

Ela tem menos de cinco meses do atual mandato e, nesse período, certamente não terá como iniciar qualquer obra desse tipo. E outros candidatos certamente trarão inúmeras opções na área da saúde neste momento em que a população está particularmente sensível para o tema.

Hospitais, policlínicas, unidades de saúde vão estar presentes nos discursos de todos os postulantes a ocupar o 6º andar do Palácio dos Tropeiros.